EUA são um exemplo claro do que é dar poder aos radicais, diz Wilson Gomes

O governo de Donald Trump e a cena política dos EUA que está inserido escancaram os riscos do radicalismo e do populismo autoritário em democracias consolidadas. A análise foi feita pelo professor e cientista político Wilson Gomes, durante o Jornal da Metropole no Ar desta quarta-feira (28). 

Para ele, o fenômeno norte-americano serve de alerta para o mundo, inclusive o Brasil, sobre os efeitos da polarização extrema e da desvalorização do pacto democrático. No programa, Gomes analisou os impactos dessa radicalização global e mencionou que neste sábado (31) lançará dois livros na Livraria LDM, no Corredor da Vitória, em Salvador.

“Os EUA estão sendo um laboratório onde experimentamos o poder de alguém radical e populista com um cheque em branco. O mais assustador é que, mesmo após a experiência, as pessoas continuam escolhendo os mais radicais. Isso tem se repetido nas Américas e na Europa”, afirmou Gomes.

Segundo ele, a crescente polarização elimina os espaços de moderação e compromete a escuta pública. A radicalização atual se baseia em identidades afetivas e grupais, onde o diálogo é substituído pela hostilidade. Gomes alerta que, nesse cenário, o centro político desaparece e os acordos se tornam inviáveis, favorecendo soluções autoritárias travestidas de salvacionismo.

“Há uma aposta amalucada em soluções radicais. É uma geração que não tem medo de perder a democracia, talvez porque nunca viveu uma ditadura. O papel do intelectual público é jogar luz, não engrossar fileiras da militância”, concluiu Wilson Gomes.

Confira a entrevista completa: