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Descoberta do cemitério de escravizados pode dar origem a maior banco de DNA da América Latina, diz arqueóloga

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Descoberta do cemitério de escravizados pode dar origem a maior banco de DNA da América Latina, diz arqueóloga

Arqueóloga concedeu entrevista ao Jornal da Cidade desta segunda-feira (2)

Descoberta do cemitério de escravizados pode dar origem a maior banco de DNA da América Latina, diz arqueóloga

Foto: Reprodução

Por: Metro1 no dia 02 de junho de 2025 às 18:42

A arqueóloga Jeanne Dias, coordenadora do levantamento na área que pode ser o maior cemitério de pessoas escravizadas da América Latina, confirmou que a descoberta, além de histórica, abre caminho para a criação de um banco de DNA, proposta da promotora Aline Vaz, permitindo que descendentes reconectem suas origens familiares. Em entrevista ao Jornal da Cidade, nesta segunda-feira (2), ela destacou a importância da pesquisa para a história da cidade.

“Se pensarmos que o meu próprio sobrenome foi imposto, que não é o nome que veio da África, percebemos como a nossa história foi apagada. Grande parte da população negra carrega esse estigma. Cabe a nós buscar essas origens, reconstruir nossa história e dar dignidade a essas pessoas que não puderam ter isso em vida”, afirmou.

Jeanne relembra que Salvador foi um dos principais portos de entrada de pessoas trazidas à força do continente africano, mas essas vidas quase não aparecem nos registros oficiais.  “Essa descoberta é dar visibilidade a essas pessoas e à contribuição delas na formação da sociedade baiana”, afirmou. 

A existência do cemitério já era citada por viajantes e historiadores, mas foi confirmada com a descoberta de ossos humanos e com a certidão de compra e venda do terreno, que registrava oficialmente o uso da área como cemitério. Jeanne concluiu que a descoberta deve servir como um convite à sociedade para refletir sobre as marcas da exclusão e a importância de preservar e reconhecer essas memórias.

Confira a entrevista completa: