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Descoberta do cemitério de escravizados pode dar origem a maior banco de DNA da América Latina, diz arqueóloga
Arqueóloga concedeu entrevista ao Jornal da Cidade desta segunda-feira (2)
Foto: Reprodução
A arqueóloga Jeanne Dias, coordenadora do levantamento na área que pode ser o maior cemitério de pessoas escravizadas da América Latina, confirmou que a descoberta, além de histórica, abre caminho para a criação de um banco de DNA, proposta da promotora Aline Vaz, permitindo que descendentes reconectem suas origens familiares. Em entrevista ao Jornal da Cidade, nesta segunda-feira (2), ela destacou a importância da pesquisa para a história da cidade.
“Se pensarmos que o meu próprio sobrenome foi imposto, que não é o nome que veio da África, percebemos como a nossa história foi apagada. Grande parte da população negra carrega esse estigma. Cabe a nós buscar essas origens, reconstruir nossa história e dar dignidade a essas pessoas que não puderam ter isso em vida”, afirmou.
Jeanne relembra que Salvador foi um dos principais portos de entrada de pessoas trazidas à força do continente africano, mas essas vidas quase não aparecem nos registros oficiais. “Essa descoberta é dar visibilidade a essas pessoas e à contribuição delas na formação da sociedade baiana”, afirmou.
A existência do cemitério já era citada por viajantes e historiadores, mas foi confirmada com a descoberta de ossos humanos e com a certidão de compra e venda do terreno, que registrava oficialmente o uso da área como cemitério. Jeanne concluiu que a descoberta deve servir como um convite à sociedade para refletir sobre as marcas da exclusão e a importância de preservar e reconhecer essas memórias.
Confira a entrevista completa:
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