Fernando Vita lança livro sobre golpe de 64 e critica domínio da Amazon no mercado editorial

Jornalista, comentarista da Metropole e ex-conselheiro do Tribunal de Contas dos Município (TCM-BA), Fernando Vita está prestes a lançar seu mais novo livro, desta vez sobre o Golpe Militar de 1964 - que coincidentemente aconteceu no mesmo dia em que ele assumiu o cargo de correspondente do Jornal da Bahia. Em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar desta segunda-feira (7), o jornalista deu detalhes sobre sua nova obra e refletiu sobre os desafios do mercado editorial no Brasil.

Para o jornalista e escritor, a “concorrência atroz” de plataformas como a Amazon levou à decadência das livrarias. “Eu diria que 90% dos livros que são vendidos no Brasil, em papel ou não, são pela Amazon. E a Amazon impõe a sua política de preço às editoras”, afirmou.

“Bom, você pega a editora que edita meus livros desde 20 anos atrás, desde o primeiro, a Geração Editorial, de uma respeitabilidade imensa pela qualidade do seu trabalho até hoje Ela teve que diminuir seu contingente de profissionais. Levou um calote homérico dessas livrarias grandes, dessas redes que faliram. E, além disso, ela, como todas as outras editoras, tem que se submeter a uma política de preços que a Amazon impõe. E ainda assim, solta foguete, agradecendo que é a Amazon quem está vendendo o livro”, complementou exemplificando.

Vita ainda relembrou o encerramento das atividades de grandes redes como a Cultura e a Saraiva, que chegaram a ter 70 lojas no país. E relacionou o fechamento delas a essa concorrência da Amazon. Outro exemplo citado pelo jornalista foi o livro Aconteceu com a Minha Filha (Paulo Zsa Zsa). 

“Esse livro, talhado a ser um best-seller, que já começa a ser, graças a Deus. Conversando de imediato com o autor, a Amazon chega e diz que quer mil exemplares. Mil exemplares garante hoje, do ponto de vista de viabilidade de custos, a edição de qualquer livro. As outras livrarias grandes, não vou citar nomes, pedem seis, trinta, dez. E esses exemplares vão estar lá escondido no meio de um monte de livros de auto-ajuda Seja mais bonito”, disse.

Confira a entrevista: