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Carlos Zacarias: Congresso já não depende mais do Executivo como dependeu outrora

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Carlos Zacarias: Congresso já não depende mais do Executivo como dependeu outrora

Em entrevista ao Jornal da Cidade, historiador da UFBA analisa relação de Lula com o Congresso e defende postura mais firme do governo com aliados

Carlos Zacarias: Congresso já não depende mais do Executivo como dependeu outrora

Foto: Metropress/Tais Lisboa

Por: Metro1 no dia 09 de julho de 2025 às 18:31

O historiador e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Carlos Zacarias, afirmou que o atual cenário político brasileiro é marcado por um enfraquecimento da dependência do Congresso em relação ao Executivo. “O Congresso já não depende mais do Executivo como dependeu outrora”, destacou, em entrevista ao Jornal da Cidade, nesta quarta-feira (9). Durante o programa, o pesquisador analisou as dificuldades do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para manter o apoio de partidos aliados. 

Zacarias relembrou a estratégia bem-sucedida de Lula em seus dois primeiros mandatos, quando o petista formou uma ampla base de apoio e deixou apenas PSDB e PFL na oposição. “Lula trouxe todos os partidos para sua base e conseguiu manter uma aliança que funcionou malmente naqueles dois mandatos. Inclusive, Lula se reforçou e conseguiu eleger Dilma Rousseff após sair da presidência com 80% de popularidade”, disse.

No entanto, segundo o historiador, o cenário atual é muito distinto. O avanço do orçamento impositivo e o controle de parte expressiva dos recursos públicos pelo Legislativo reduziram o poder de barganha do Executivo. “O Congresso abocanha R$50 bilhões dos R$240 bilhões que são os executáveis do governo. [...] A obrigação do governo pagar faz com que o parlamentar não ofereça o apoio que é prometido quando o partido dele entra no governo”, explicou.

Para Zacarias, o governo Lula deveria adotar uma postura mais firme com os ministros indicados por partidos aliados. “O governo devia ter uma postura mais agressiva com os seus ministros. Tinha que chamar os seus ministros, especialmente desses partidos, e ver o que esses partidos podem oferecer ao governo em termos de apoio político. Porque a política é assim, se negocia, dá algum tipo de ultimato”, concluiu.

Confira a entrevista completa na íntegra: