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Presidente da ABI denuncia abandono do Museu de Imprensa: “acervo não é estorvo, é um ativo”

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Presidente da ABI denuncia abandono do Museu de Imprensa: “acervo não é estorvo, é um ativo”

Ernesto Marques concedeu entrevista ao Jornal da Metropole no Ar desta quarta-feira (30)

Presidente da ABI denuncia abandono do Museu de Imprensa: “acervo não é estorvo, é um ativo”

Foto: Metropress/Samanta Leite

Por: Metro1 no dia 30 de julho de 2025 às 13:00

Atualizado: no dia 30 de julho de 2025 às 13:17

O Museu de Imprensa da Bahia, administrado pela Associação Bahiana de Imprensa (ABI), enfrenta sérias dificuldades para manter suas atividades culturais e de preservação da memória jornalística. A situação foi exposta por Ernesto Marques, presidente da ABI, em entrevista ao Jornal da Metropole no Ar desta quarta-feira (30), que ressaltou a importância de projetos como esse para a democracia, a educação e o desenvolvimento da Bahia.

“Parte do problema é que as rotinas todas de conservação dos nossos acervos — para nós isso é muito importante — estão duramente comprometidas. Nós vamos precisar trabalhar, talvez, sei lá, uns dois anos, para a gente recuperar o equilíbrio econômico-financeiro do contrato do aluguel do nosso edifício, que é alugado à prefeitura. Nós vamos precisar de pelo menos uns dois anos para devolver aos acervos à condição que eles tinham antes. Porque a gente tem que diminuir o período com o ar ligado, tem a oscilação de temperaturas, você deixa de controlar a umidade, tudo isso é ruim para o acervo. Para nós, acervo não é estorvo. Acervo é um ativo”, disse.

Ele contou que a ABI vem tentando retomar projetos como a Casa da Palavra Rui Barbosa, com um conceito voltado para a juventude, mas esbarra em obstáculos financeiros e institucionais. Marques relatou ainda que, mesmo diante de oportunidades de patrocínio, não conseguiu garantias suficientes para manter o museu funcionando. Ele também contou que a entidade cobra diálogo com o poder público, mas lembra que parte significativa do patrimônio cultural da Bahia está em mãos privadas e que esses proprietários também precisam assumir suas obrigações.

“Cobrar do Iphan a responsabilidade por manter todo o conjunto, todo o patrimônio cultural que tem aqui na Bahia, é uma coisa completamente insana. Uma parte desse patrimônio é de propriedade privada, e os proprietários privados têm que assumir a sua responsabilidade. Isso não significa deixar de cobrar dos órgãos públicos. [...] É importante a gente conhecer isso, para a gente saber cobrar, para a gente denunciar com responsabilidade, para a gente criticar de forma consequente, porque — é o que você estava falando — o direito à informação pressupõe essa liberdade, o bom uso dessa liberdade”, concluiu.

Confira a entrevista completa: