Janio relaciona abusos no Congresso à impunidade de Bolsonaro: “vai se repetindo e nós vamos ver se repetir mais que uma vez”

A série de abusos e teatralizações promovidas por parlamentares bolsonaristas no Congresso Nacional nos últimos dias expõe, para o jornalista Janio de Freitas, a fragilidade das instituições e o oportunismo político que se tornou rotina na Casa. Durante participação no programa Três Pontos, nesta quinta-feira (7), ele apontou que Jair Bolsonaro só chegou à Presidência da República porque não foi cassado após fazer, na tribuna da Câmara, uma homenagem ao miliciano Adriano da Nóbrega quatro dias após sua condenação por assassinato.

“Ele tinha que ter sido cassado, ter o mandato cassado. A homenagem dele feita na tribuna foi um desaforo, um desacato ao regulamento da Câmara, à legislação criminal brasileira, à política, à decência nacional, na suposição da sua existência. E não aconteceu nada. Ele tinha que ter sido excluído da política como a divulgação do plano dele de estourar as adutoras que abastecem de água aqui no Rio de Janeiro e de jogar, e de explodir bombas em quartéis para obter aumento de vencimento dos tenentes, que era o posto dele na época”, disse Freitas sobre o episódio que ocorreu quatro dias após Adriano da Nóbrega ser condenado por assassinato e recebeu apoio do então deputado Flávio Bolsonaro, que o condecorou com medalha Tiradentes.

Segundo Freitas, os desmandos atuais são consequência de um Congresso presidido por figuras que toleram práticas ilegais e antidemocráticas, muitas delas herdadas de Arthur Lira e mantidas por seu sucessor, Hugo Motta, com apoio inexplicável do próprio governo.

“Os presidentes da Câmara, os dirigentes da Câmara, nenhum fez nada. Por isso, não aconteceu coisíssima nenhuma com o Bolsonaro. É o que vai se repetindo e nós vamos ver agora, daqui a pouco, repetir-se mais que uma vez, que não será última”, concluiu.

Confira o programa completo: