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Subcomandante do BPPM defende debate cultural e critica criação desigual de meninos e meninas
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Subcomandante do BPPM defende debate cultural e critica criação desigual de meninos e meninas
Subcomandante do Batalhão de Polícia de Proteção à Mulher (BPPM), concedou entrevista ao Jornal da Cidade, da Rádio Metropole, nesta quinta-feira (14)

Foto: Fernanda Villas/Metropess
Paula Queiroz, subcomandante do Batalhão de Polícia de Proteção à Mulher (BPPM), concedeu entrevista ao Jornal da Cidade, da Rádio Metropole, nesta quinta-feira (14). Ela ressaltou que, embora o Brasil tenha avançado na legislação sobre feminicídio desde 2015, enfrentar a violência contra mulheres requer mudanças profundas na cultura e na educação.
Paula lembrou que, antes de 2015, as mortes de mulheres eram registradas como homicídios comuns e só depois poderiam ser classificadas como feminicídio. “Foi a partir da promulgação da lei que começamos a prestar atenção no número de mortes em razão do gênero”, disse. Ela destacou ainda que, em outubro de 2023, o crime deixou de ser apenas uma qualificadora e passou a ter tipificação própria no Código Penal.
Apesar disso, a subcomandante considera que “não é o suficiente”. Para ela, o problema está “calcado na cultura” e começa na infância, quando meninas são chamadas de “princesinhas” e meninos de “garanhões”. “A gente ouviu quando era criança e replica sem pensar muito”, afirmou, citando estereótipos que moldam comportamentos.
Ela criticou a diferença na criação entre meninos e meninas. “Para elas, damos fogãozinho, vassourinha, boneca; para eles, bola, carrinho, foguete.” Segundo Paula, essa formação “incentiva a violência e cria um desequilíbrio que se reflete na vida adulta”.
A oficial defende mudanças na educação e diálogo sério para romper o ciclo de violência. “Esse modelo tem matado muita gente, porque mata a mulher fisicamente, o homem socialmente e prejudica as crianças.” Ela reforçou a importância da rede de proteção, como a Casa da Mulher Brasileira, em Salvador, que oferece delegacia especializada, atendimento psicossocial, centro de referência, vara de violência doméstica e apoio do Ministério Público.
Confira entrevista na íntegra:
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