Quinta-feira, 28 de agosto de 2025

Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp

Home

/

Notícias

/

Rádio Metropole

/

Uso de chás e suplementos representa 30% dos casos de hepatite medicamentosa, alerta hepatologista

Rádio Metropole

Uso de chás e suplementos representa 30% dos casos de hepatite medicamentosa, alerta hepatologista

Suplementos como Whey Protein e creatina podem conter substâncias corrosivas prejudiciais à saúde

Uso de chás e suplementos representa 30% dos casos de hepatite medicamentosa, alerta hepatologista

Foto: Metropress

Por: Metro1 no dia 25 de agosto de 2025 às 17:32

Atualizado: no dia 25 de agosto de 2025 às 19:00

Na internet, é comum encontrar indicações de chás que prometem tratar doenças crônicas, como obesidade, hipertensão e diabetes. No entanto, o uso excessivo ou sem orientação de um profissional de saúde pode causar efeitos adversos. Em entrevista ao Metropole Saúde nesta segunda-feira (25), o gastro-hepatologista Vinicius Nunes revelou que 30% dos casos de hepatite medicamentosa atendidos no ambulatório da Universidade Federal da Bahia (UFBA) estão relacionados justamente ao consumo exagerado de chás, fitoterápicos e suplementos.

“As pessoas acham que, por serem naturais, os chás não têm efeito colateral, mas têm”, alertou o médico. Ele ressaltou, porém, que não é necessário “demonizar os chás”, já que eles desempenham um papel importante no cotidiano: “uma xícara de chá de cidreira, camomila não tem problema nenhum. Esse uso habitual, tradicional, é corriqueiro, não precisa ter preocupação”, complementou.

O que o gastro-hepatologista chama atenção é o uso exagerado, o consumo de litros de chá por dia e até a substituição da água por eles. “Tradicionalmente, essa hepatite causada por chás e também fitoterápicos e suplementos alimentares, no mundo, representa 7% do total dos casos de hepatite medicamentosa. Em nosso ambulatório representa 30%”, disse o gastro-hepatologista. Segundo o médico, em alguns dos casos registrados no ambulatório, bebês foram diagnosticados com hepatite após os pais substituíram mamadeiras por chás de erva-cavalinha.

Vinicius Nunes também alertou para o uso de chás associado a medicações e o consumo de misturas de ervas e princípios ativos, os famosos chás de 7 ervas ou até 30 ervas. De acordo com ele, esses produtos costumam ter uma mistura perigosa. O maior risco, no entanto, é, segundo o gastro-hepatologista, o uso de filoterápicos em cápsulas, os chamados manipulados. “Ali você tem doses elevadíssimas do princípio ativo. Então o chá verde, por exemplo, é ótimo, tem aceleradores de metabolismo, mas quando você tira isso da forma natural no uso de chá e coloca em uma cápsula com 10, 30, 50 vezes a concentração de uma xícara de chá, é lógico que existe um risco”, explicou.

Confira a entrevista na íntegra: