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Gil Vicente Tavares critica crise nas políticas culturais e falta de apoio da iniciativa privada

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Gil Vicente Tavares critica crise nas políticas culturais e falta de apoio da iniciativa privada

Diretor e professor da UFBA aponta desorganização das políticas culturais e falta de investimentos no setor em Salvador e na Bahia

Gil Vicente Tavares critica crise nas políticas culturais e falta de apoio da iniciativa privada

Foto: Fernanda Villas/Metropress

Por: Metro1 no dia 27 de agosto de 2025 às 18:54

O diretor artístico do Teatro Nu e professor da Escola de Teatro da UFBA, Gil Vicente Tavares, avaliou, em entrevista ao Jornal da Cidade, nesta quarta-feira (27), o atual cenário da cultura em Salvador e na Bahia como um momento de “crise” e desorganização das políticas públicas. 

Segundo ele, os impasses já vinham antes da pandemia e se agravaram com a retração do mercado e a dificuldade de acesso a leis de incentivo. “Acho que a gente ainda não conseguiu se reorganizar. As políticas públicas ficaram meio conturbadas já antes da pandemia, quando veio a pandemia, isso piorou. E agora, nessa retomada, o que acontece: as empresas meio que fugiram, principalmente se tratando de Salvador e de Bahia”, disse.

Tavares ressaltou ainda a concentração de decisões em São Paulo e Rio de Janeiro, e a dependência de verbas emergenciais criadas nos últimos anos. “Muitas vezes você vai ver o orçamento, seja do Estado, do município, da federação, às vezes você sente que não é um orçamento legal, bacana, não tem nem 1% para a cultura, que é o mínimo recomendado pela Unesco”, afirmou.

Gil Vicente também destacou a disparidade de investimentos entre produções locais e grandes shows. “Quando você pega um espetáculo, que você dá, vamos supor, 400 mil para um espetáculo, se você for dividir isso pelos meses de ensaio, por toda a equipe que está por detrás daquilo, e a pessoa normaliza você dar 400 mil para o show de um dia na cidade do interior. O ator não tem um trabalho contínuo, aquele cachê às vezes segura a onda dele o ano inteiro”, disse.

Para ele, falta consciência sobre a importância do setor cultural no desenvolvimento social e econômico. “É curioso que até pessoas de todas as classes aqui viajam para fora e falam: ‘ah, porque eu gosto muito de ir para Paris, Buenos Aires, porque a cultura lá é maravilhosa’. E quando vai se falar em investimento aqui, acha um absurdo, fecha a cara, diz que está gastando dinheiro”, criticou.

Confira a entrevista na íntegra: