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Presidente do Cremeb critica baixa adesão à residência médica: “Estamos formando potenciais perigos"
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Presidente do Cremeb critica baixa adesão à residência médica: “Estamos formando potenciais perigos"
Otávio Marambaia defende prova de proficiência e critica banalização das especializações no Brasil*

Foto: Catarina Queiroz/Metropress
O presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb), Otávio Marambaia, fez críticas contundentes à formação médica no Brasil durante entrevista à Rádio Metropole, nesta quinta-feira (16). Ele chamou atenção para a crescente evasão de recém-formados da residência médica e defendeu a implementação de uma prova de proficiência para o exercício da profissão.
“É uma luta diária defender a boa prática médica. Temos problemas que começam na estrutura de formação do médico, com a proliferação de escolas que geram profissionais que consideramos potenciais perigos”, afirmou. Marambaia propôs uma avaliação nacional, com três etapas prática, teórica e de competências , para assegurar a qualidade mínima na formação. “O Cremeb apoia uma prova de proficiência, não igual à da OAB, não será resumida a algo teórico. Será uma prova de três etapas: prática, teórica e de competência. O Brasil é o único país do mundo que a pessoa sai da graduação e começa a exercer medicina.”
Marambaia também criticou o uso do termo “especialização por quem não passou pela Residência Médica. “A especialização está preocupando porque o Brasil é o país do ‘pelo menos’. Não fez uma especialização, mas pelo menos fez uma pós-graduação. E isso não existe. Você, mesmo sendo doutor em alguma área da medicina, não significa que você é bom pra atender pessoas. O doutorado não confere aquilo que a residência médica confere, que é a prática, a pós-graduação em serviço, aprender a fazer medicina sob orientação. No Brasil, essa é a forma de conseguir uma especialização”, declarou.
O tema foi assunto do Jornal Metropole dessa semana, que mostrou que a proporção de formandos que ingressam na Residência Médica caiu de 77% em 2018 para 49% em 2024. Ou seja, menos da metade dos novos médicos segue para o caminho considerado ideal de formação. Pela legislação, só pode ser considerado especialista o médico que conclui a Residência reconhecida pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM/MEC) ou obtém o título por meio de sociedades médicas da Associação Médica Brasileira (AMB). É nesse processo que o médico vivencia um aprendizado prático, que, segundo Marambaia, “não cabe em videoaulas nem em cursos de fim de semana”.
Confira a entrevista na íntegra:
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