“Qualquer pessoa pode ser representada”: Pinacoteca do Beiru reafirma inclusão e identidade em Salvador

Localizado na rua Direta de Tancredo Neves, no fim da Estrada das Barreiras, no Cabula, em Salvador, a Pinacoteca do Beiru surge do trabalho do artista Anderson AC, e do desejo de levar arte para a população do Beiru, que desde a sua criação em 2015, é a única Pinacotecada capital baiana. Em entrevista para o Jornal da cidade desta segunda-feira (3) Juliana Freire, organizadora da Pinacoteca, e a museóloga Alana Alves, contaram a história do local.

Juliana explica que mesmo com o nome do Bairro que o museu de pintura estar localizado se chamar hoje Tancredo Neces, o nome do local prevalece. “A gente afirma Beiru, apesar de ter tido essa troca do nome do bairro ali pela década de 80, mais ou menos de 1980, a comunidade afirma aquele território como Beiru”.

“Gbeiru foi um ex-escravizado, que veio da região de Oió, da Nigéria para Salvador. E ele foi um cara muito esperto porque conseguiu entender a escravidão e formou um grande quilombo que é o Beiru. É uma história que a comunidade conhece, várias escolas trabalham, essa coisa do porquê do nome do bairro Cebiru. E a gente entra nesse lastro, sendo a primeira pinacoteca da Bahia e afirmando que aquele território é o Beiru”, explicou a organizadora.

“Dentro da museologia a gente entende que além de pensar o objeto, os acervos, a gente também pensa na memória viva que está no bairro, as pessoas, por isso que um trabalho de Anderson, é o sol é para todos, entendendo que qualquer pessoa pode ser representada”, completou Alana Alves.

Confira na íntegra: