Educadora defende uso ético e consciente da IA no ensino: "Eu tive que me educar para educá-los"

O uso da inteligência artificial (IA) no ambiente escolar ainda é um desafio para muitos educadores. No entanto, é possível instruir alunos a fazerem uso da ferramenta de forma ética e consciente. É o que diz a educadora e escritora Juliana Saili durante entrevista no Jornal da Bahia no Ar, nesta quinta-feira (13). Para ela, aprender sobre essa tecnologia foi fundamental para o seu processo de ensino. 

"Eu tive que me educar para educá-los, ja que é uma ferramenta tão poderosa, eu tive que entender o poder dela", disse. Quando decidiu aplicar o que aprendeu em sala de aula, ela entendeu que estavam todos - professora e alunos - aprendendo como se comunicar com a IA. "Eu nao estava aprendendo e nem ensinando sobre IA, estavamos aprendendo a nos comunicar com os prompts (instrução dada para inteligencia artificial)", revelou.  

A preocupação de Saili surgiu quando ela começou a perceber que as atividades solicitadas em sala de aula eram feitas através da inteligencia artificial. "Quando o ano letivo de 2023 comecou eu percebi que os alunos usavam a IA até para escrever emails... Era uma linguagem bastante rebuscada. A minha preocupação foi quando eu percebi que eles usavam a ferramenta para fazer os trabalhos deles. Quando eu começei a ler redações com um nivel muito superior ao do aluno, eu resolvi que era a hora de me educar, e de treinar", contou. 

A educadora também sugeriu como a ferramenta pode ajudar no aprendizado. "Ao inves de pedir 'corrija a minha redação' peça 'liste os meus erros'. Você vai saber onde está errando, mas vai usar o raciocinio para tentar corrigir primeiro". Ela compartilha que nas suas turmas os alunos já entendem que é importante pensar antes de usar as ferramentas. "Até quando vão pedir ajuda eles sempre tentam pensar antes, até para ver se a IA está expandindo o pensamento ou indo par algum lugar oposto". Saili acredita que o importante é o educador aprender sobre essa nova tecnologia para educar e inspirar os alunos a usarem de forma ética e responsável. 

Confira a entrevista completa: