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Bob Fernandes questiona relatoria de Derrite no PL Antifacção: “Como alguém envolvido em 16 homicídios pode relatar isso?"
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Bob Fernandes questiona relatoria de Derrite no PL Antifacção: “Como alguém envolvido em 16 homicídios pode relatar isso?"
Durante o Três Pontos desta quinta-feira (13), o jornalista apontou que a maneira que a proposta está seguindo “abre porta perigosa” para intervenção e manipulação institucional

Foto: Reprodução/YouTube
O relator do PL Antifacção, Guilherme Derrite (PL-SP), voltou ao centro de controvérsias políticas após aparecer em um jantar com Arthur Lira e Eduardo Cunha, figuras simbólicas de articulações de poder em Brasília. Para o jornalista Bob Fernandes, o encontro e a própria indicação de Derrite como relator da proposta revelam contradições profundas sobre quem está conduzindo o debate do combate ao crime organizado. A análise foi feita durante o Três Pontos desta quinta-feira (13).
“Como é que alguém que está envolvido em 16 homicídios, sejam culpáveis ou não, como é que alguém está relatando uma lei sobre combate à facção? Derrite é o relator dessa PEC, que estão chamando nas redes sociais de ‘PEC da bandidagem 2’. Ele é o autor também de uma outra frase, que é: ‘Eu matei muito ladrão’. O SSDerrite, como eu chamo, já foi investigado por operações em que foram mortas 16 pessoas. Recomendo a matéria da revista Piauí a respeito disso. O projeto do Derrite foi feito, porque isso é uma operação política, com a chancela do governador Tarcísio, que ele licenciou para que fosse lá relatar, e dos governadores, como Caiado”, disse.
Fernandes destacou que a presença de Derrite, Cunha e Lira no mesmo jantar, em Brasília, ocorre justamente enquanto o texto da PEC enfrenta críticas do Ministério da Justiça e de juristas, que a apontam como um risco de esvaziamento das atribuições da Polícia Federal. Para o jornalista, a pauta se tornou mais uma disputa de narrativa política do que uma discussão sobre segurança pública real.
“Ele está jogando para uma parte importantíssima da população, como Cláudio Castro está jogando. Perca ou não perca, tem gente que quer o quê? O palanque do sangue e dane-se o resto. Como relator, ele produz uma delirante medida que, inclusive, junta narcotraficante com terrorismo. E o que isso faz? Isso abre as portas do Brasil para intervenção externa, seja em que momento for, se isso for aprovado. Polícia Federal, Receita Federal, procuradores, Ministério Público, todo mundo reagiu de uma maneira unânime com notas oficiais e caiu a primeira operação, essa primeira versão”, apontou.
Segundo Fernandes, a chamada “PEC da bandidagem 2” representa uma estratégia de poder disfarçada de endurecimento penal. O texto, já em sua quarta versão, tenta transferir investigações do crime organizado às polícias estaduais e aos governadores — movimento visto como tentativa de controle político sobre operações.
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