Bob Fernandes critica reação de quartéis e alerta para chance de anistia futura: “inescapável”

Um documento que passou a circular nos quartéis após as prisões de Bolsonaro e aliados nesta terça-feira (25) critica o Supremo Tribunal Federal (STF) e questiona a dosimetria das penas. Após a repercussão, Bob Fernandes disse no Três Pontos desta quarta-feira (26) que manifestações desse tipo repetem padrões históricos de intervenção militar no debate público.

“O Supremo já decidiu que não é aquilo que eles querem. A propósito de notas vale lembrar que, em 11 de novembro de 2022, os três comandantes militares assinaram uma nota em apoio às manifestações diante dos quartéis. E que, em 29 de dezembro, lá atrás, de 2014 ou 2015 — não me recordo direito, já publiquei isso algumas vezes — dentro da Academia Militar das Agulhas Negras, o que é uma barbaridade, um absurdo, é bizarro, foi lançada a candidatura do Bolsonaro. E quem comandava a academia na época era o atual comandante do Exército, o general Tomás Ribeiro Paiva. Ele disse que não viu porque foi num canto, mas ninguém foi punido. Em outros momentos, já poderiam ter usado notas também, né?”, disse.

Segundo o jornalista, a reação de entidades militares e de figuras alinhadas a institutos neoliberais revela um esforço antigo para influenciar o debate público, muitas vezes apoiado por redes internacionais de financiamento ideológico, o que amplia disputas narrativas em torno das recentes condenações do STF.

“A partir da eleição do ano que vem, a depender do resultado, eu acho que é quase inescapável que haja anistia, a depender de quem vença a eleição. Acho que é inescapável isso. Agora, daqui pra lá, eu não vejo um ambiente pra isso no momento, não. A temperatura do Brasil oscila o tempo todo. Não vejo possibilidade disso agora, não”, concluiu.

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