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Contraste em exames de imagem: entenda como funciona e por que é seguro

Saúde

Contraste em exames de imagem: entenda como funciona e por que é seguro

Especialistas reforçam que reações graves são raras e medidas preventivas tornam os exames confiáveis para diagnósticos precisos

Contraste em exames de imagem: entenda como funciona e por que é seguro

Foto: Reprodução/Shutterstock

Por: Duda Matos e Daniela Gonzalez no dia 23 de agosto de 2025 às 15:45

A morte de uma jovem de 22 anos em Santa Catarina na última sexta-feira (22), após uma reação alérgica durante uma tomografia com contraste, chamou atenção para o uso da substância em exames de imagem. Apesar da gravidade do caso, especialistas reforçam que reações como essa são extremamente incomuns e que, na maioria das vezes, o procedimento é seguro e fundamental para o diagnóstico correto.

O que é e para que serve o contraste? 

O contraste é uma substância química à base de iodo, bário ou gadolínio, administrada antes ou durante exames para melhorar a visualização de órgãos e tecidos. Ele aumenta a diferença de densidade ou de sinal entre estruturas do corpo, facilitando a detecção de alterações. Tumores, inflamações, vasos sanguíneos entupidos e pequenas lesões ficam mais visíveis, ajudando no diagnóstico preciso de diversas condições.

Cada tipo de exame exige um contraste específico: o iodo é mais usado em tomografias, o bário em exames do aparelho digestivo, e o gadolínio pode ser utilizado em ressonâncias magnéticas.

“É um exame extremamente seguro e, em muitos casos, a não utilização do meio de contraste impede a identificação de uma série de patologias. A caracterização de uma lesão como benigna ou maligna muitas vezes depende do uso do contraste pela via venosa na tomografia e na ressonância magnética”, explica Hélio Braga, radiologista e 1º vice-presidente do Colégio Brasileiro de Radiologia.

Riscos e medidas de segurança

Embora seguros na maioria dos casos, os contrastes podem provocar reações adversas em alguns pacientes. Entre os sintomas leves estão náuseas, vômito, calor, coceira e urticária; sintomas moderados podem envolver taquicardia, broncoespasmo, edema facial e queda leve de pressão; já os casos graves incluem choque anafilático, edema de glote, dificuldade respiratória severa e risco de morte.

Pacientes com histórico de alergias, asma, doenças renais ou cardíacas estão entre os mais vulneráveis. Nos rins, há risco de sobrecarga ou lesão associada ao contraste iodado; nos cardíacos, qualquer reação grave pode gerar instabilidade hemodinâmica mais acentuada.

Hélio Braga afirma que o risco de reação ao contraste iodado é de 0,6% e de reação severa é de 0,04%. Já a reação ao gadolínio é de 0,01 a 0,022%, e o risco de reação grave é de 0,008%. “Reações graves continuam sendo extremamente incomuns. No contraste à base de iodo, o risco de reação grave é de 4 em cada mil pacientes. Na ressonância magnética com gadolínio, é de 8 em cada 10 mil pacientes”, explica o radiologista.

Em pacientes com histórico de alergia, existem alternativas como ressonância sem contraste, tomografia simples ou ultrassonografia. Quando o contraste é indispensável, a pré-medicação com corticoides e anti-histamínicos pode reduzir o risco de reação.

Para garantir a segurança, Braga recomenda procurar serviços com equipe certificada e critérios de qualidade.“Sempre que houver dúvida, converse com seu médico radiologista. Ele vai definir junto com o paciente a necessidade do contraste e passar segurança sobre o exame”.