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Estudos associam presença de microplásticos no corpo humano à queda na fertilidade

Saúde

Estudos associam presença de microplásticos no corpo humano à queda na fertilidade

Pesquisas recentes indicam que partículas plásticas podem atravessar barreiras biológicas e afetar a qualidade dos espermatozoides e o desenvolvimento embrionário

Estudos associam presença de microplásticos no corpo humano à queda na fertilidade

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Por: Metro1 no dia 05 de novembro de 2025 às 17:26

Pesquisadores da Universidade de Nanjing, na China, identificaram microplásticos em amostras de sêmen humano, associando sua presença à menor qualidade e mobilidade dos espermatozoides. Cientistas da Universidade de Viena, na Áustria, também detectaram partículas plásticas em placentas humanas, o que sugere que elas podem alcançar o feto ainda durante a gestação.

Os microplásticos, fragmentos minúsculos resultantes da degradação de materiais plásticos, estão cada vez mais presentes no meio ambiente e, agora, também no corpo humano. Estudos apontam que essas partículas, encontradas na água, no ar e nos alimentos, conseguem atravessar barreiras biológicas e se acumular em órgãos sensíveis, como os reprodutivos.

Os resultados reforçam a preocupação de que a exposição contínua a poluentes ambientais esteja interferindo na fertilidade. Estudos indicam que essas partículas, com menos de 5 milímetros, são liberadas por produtos cotidianos, como embalagens, roupas sintéticas, pneus e cosméticos, e acabam dispersas no ar, na água e no solo. Uma pessoa pode ingerir até 5 gramas de microplásticos por semana, o equivalente a um cartão de crédito, segundo a Universidade de Newcastle, na Austrália.

Dentro do organismo, os microplásticos podem provocar inflamações, estresse oxidativo e alterações hormonais. Nos homens, há indícios de redução na contagem e na motilidade dos espermatozoides; nas mulheres, de interferência no ciclo ovulatório e no desenvolvimento dos folículos. Substâncias químicas presentes nos plásticos, como o bisfenol A (BPA) e os ftalatos, também são conhecidas por afetar o sistema hormonal.

Pesquisadores destacam que, embora as investigações ainda estejam em andamento, o acúmulo dessas partículas em tecidos humanos já é motivo de alerta. A comunidade científica defende que políticas públicas de controle ambiental e redução do uso de plásticos descartáveis são essenciais para conter a contaminação.

A presença de microplásticos no corpo humano evidencia que a saúde reprodutiva está diretamente ligada ao equilíbrio ambiental e à forma como a sociedade lida com o descarte do plástico.