
Saúde
Estudo mostra que mounjaro reduz impulsos de comer ao alterar atividade cerebral
Pesquisa registrou como o remédio diminui sinais ligados ao desejo por comida no núcleo accumbens

Foto: Divulgação
Um estudo publicado na Nature Medicine nesta segunda-feira (17) revelou que a tirzepatida, princípio ativo do Mounjaro, altera sinais elétricos no núcleo accumbens, região do cérebro ligada ao prazer, recompensa e impulsos alimentares.
Pesquisadores da Universidade da Pensilvânia observaram, pela primeira vez em humanos, como o medicamento reduz o chamado “barulho alimentar”, um pensamento constante sobre comida relatado por usuários de agonistas de GLP-1.
O achado surgiu quando uma participante do estudo, que já usava tirzepatida para tratar diabetes, relatou diminuição do impulso de comer. Ao monitorar sua atividade cerebral, os cientistas notaram queda nas ondas de baixa frequência associadas ao desejo intenso por comida. Quando essas ondas retornaram meses depois, as fissuras alimentares reapareceram, sugerindo adaptação do cérebro ao remédio.
Três pessoas com obesidade severa participaram da pesquisa, todas com eletrodos implantados no núcleo accumbens. Em dois casos, a equipe usou estimulação elétrica para tentar reduzir a compulsão alimentar; no terceiro, o efeito ocorreu apenas com o uso da tirzepatida.
Segundo os pesquisadores, o medicamento parece atuar não só no metabolismo, mas também nos circuitos cerebrais que regulam prazer e recompensa, o mesmo sistema ativado por drogas de abuso. O efeito, porém, pode não ser permanente, já que o cérebro tende a se adaptar.
A equipe agora pretende investigar se o mesmo padrão aparece em outros comportamentos compulsivos e como ajustar doses ou combinações de medicamentos para prolongar os efeitos.
📲 Clique aqui para fazer parte do novo canal da Metropole no WhatsApp.

