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Não ser pautado pelo BBB é serviço de utilidade pública

Não ser pautado pelo BBB é serviço de utilidade pública

Entendo que a Globo pise e repise o chão do Big Brother, mas e a Folha, o jornal A Tarde, o Metro1… para quê?

Não ser pautado pelo BBB é serviço de utilidade pública

Foto: Reprodução

Por: James Martins no dia 18 de janeiro de 2024 às 00:00

De repente, todo mundo vira assessor voluntário da Globo. Começa o Big Bosta Brasil e a imprensa inteira repercute até os acontecimentos mais banais do programa como se fossem fatos de grande relevância. Ou melhor: flatos em abundância. Minha gente, o BBB é um apenas programa de televisão, pertencente a uma emissora específica, e só. Seria (e é) compreensível que a própria Globo empenhe todos os seus esforços e veículos para difundir, propagar, massificar, espalhar o reality a mais não poder. Afinal, isso significa, para ela, tubos, rios de dinheiro no cofre. Mas, e os demais? Por que que qualquer peidinho de um indivíduo banal confinado sob as câmeras dirigidas por Boni viram notícia e até destaque em todos os portais?

E ninguém venha me falar em interesse público. Ou interesse “do” público. É bem mais o contrário: fala-se tanto na besteira, que, por osmose, o tal público começa (ou é obrigado) a se interessar. Fulano xingou sicrano, beltrano embriagou-se, zezinho proferiu bobagens durante o banho… Ora, me faça uma garapa! Se o programa tem tanto interesse assim, todos os acontecimentos da casa já foram vistos pelo público, ao vivo, (perdoem a redundância) no próprio e mesmo programa . Para que noticiar novamente? E se a pessoa não viu ainda, é porque não assistiu. Logo, porque não se interessou. Repito: entendo que a Globo pise e repise o chão do Big Brother, mas e a Folha, o jornal A Tarde, o Metro1… para quê? Ganha-se o que com isso? Clique?

Vamos aplicar a lógica a outros programas. Por exemplo, o Globo de Ouro. Imagine um noticiário de entretenimento assim: Edson Gomes cantou Malandrinha com a coro do público; Margareth Menezes entrou no palco com um figurino que remete a Goya Lopes; Biafra revisitou sucesso dos anos 80; Afrocidade foi a quarta atração da noite; etc etc etc. Seria tão redundante como ficam os sites em período de BBB, e certamente aumentaria a audiência do conteúdo musical. A imprensa, muitas vezes, despreza e desconhece a força que tem. BBB paga jabá? Se pagasse, pelo menos faria sentido emplacar tanta notícia vazia.

Proponho que o governo lance um edital para os cadernos de entretenimento que não tocarem no nome do programa. Serviço de utilidade pública.