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Marcas da ineficácia

Marcas da ineficácia

Não quero ser indelicado, mas parece que o ministro Paulo Pimenta [de Comunicação Social] ainda não entendeu qual é o seu papel

Marcas da ineficácia

Foto: Reprodução

Por: Metro1 no dia 21 de março de 2024 às 00:15

O governo federal anunciou, no dia 12 de março, que cerca de 13 milhões de pessoas saíram da condição de fome no Brasil e 20 milhões deixaram de sofrer de insegurança alimentar em 2023. Isso representa uma redução de 30% da insegurança alimentar total do país. Os dados são de um estudo realizado pelo Instituto Fome Zero (IFZ), a pedido do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. No dia seguinte, foi divulgado um estudo do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), apontando que a mortalidade de crianças de até cinco anos caiu 60% no Brasil nos últimos 22 anos.

Todos os dados citados deveriam ter sido expostos pelo governo à imprensa, TVs, companhias e, principalmente, ao público. Essa é uma dívida do governo, que deve informações ao povo brasileiro, ao seu eleitorado e aos demais que, mesmo não sendo governistas, precisam ponderar sobre esses dados e realidades que mudam no Brasil para melhor ou para pior. Questões como essas precisam ser levadas ao conhecimento público pelo governo, que não as divulga nem para receber aplausos.

Não quero ser indelicado, mas parece que o ministro Paulo Pimenta [de Comunicação Social] ainda não entendeu qual é o seu papel, nem o que o governo espera dele e da equipe que trabalha com ele. Até agora, após um ano e meio, ninguém parece ter entendido nada.

Sobre a propaganda governamental, ninguém presta atenção a esse tipo de propaganda, chega a ser irritante porque interrompe o programa que você está assistindo. Isso me chateia muito e presumo que também incomode os demais, pois não sou mais sensível a coisas irritantes do que a média. É triste ver isso! Alguns podem comentar: “mas estamos apenas no segundo ano de governo”. Isso significa que ainda faltam dois anos.

Quanto à manifestação de Bolsonaro, eles fazem uso da imaginação, da falta de informação. Por exemplo, no comício de São Paulo - que aconteceu no dia 25 de fevereiro - dois professores da USP adotaram um método bastante considerável de medição das presenças. O resultado foi menos da metade do que a equipe de Bolsonaro afirmou (185 mil pessoas), um número total que acabou sendo aceito. Todo mundo fala na grande manifestação que, na verdade, não foi uma manifestação, mas um comício político. E o número que prevaleceu, ou a ideia de dimensão que prevaleceu, foi estabelecido pela equipe de Bolsonaro.

* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às sextas-feiras