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Janja, Michele e o bangalô

Janja, Michele e o bangalô

Desdobramentos das falas de Janja e de Michelle Bolsonaro levam o primeiro-damismo a manchetes mais curiosas que as tramas adaptadas de Vale Tudo

Janja, Michele e o bangalô

Foto: Reprodução

Por: Malu Fontes no dia 22 de maio de 2025 às 06:34

Se o perfil humorístico ‘Bangalô de Gente Nobre', uma sátira, no Instagram, às falas afiadas de Maria Bethânia sobre seus amigos e nem tanto da MPB, se inspirasse nas últimas notícias que têm circulado na imprensa envolvendo episódios da primeira-dama Janja da Silva e da ex, Michelle Bolsonaro, teríamos textos impagáveis. Os desdobramentos das falas de Janja, na China, sobre o TikTok, e o anúncio da demissão de mais um bolsonarista puro-sangue a pedido de Michelle, levam o primeiro-damismo a manchetes mais curiosas que as tramas adaptadas de Vale Tudo. 

Na terça-feira, o elenco rico da novela discutia a emergência climática pela perspectiva da extinção das rãs nos banheiros de Tia Celina, como sintoma da hecatombe ambiental, num diálogo sonolento entre a própria e o sobrinho angustiado, entre uma corrida na praia e uma imersão na banheira de gelo. Enquanto isso, redes, telejornais, páginas de política e colunas sociais davam detalhes saborosos do ‘Bangalô de Gente Nobre da República’, com frases mais interessantes do que as dos manuais de diversidade adotados na novela. 

O chinês e a suja

No mesmo dia, à tarde, o chanceler Mauro Vieira viera a público para desdizer o que o próprio presidente Lula afirmara na semana passada: que havia pedido ao companheiro Xi uma pessoa de confiança do governo chinês para vir ao Brasil dar um freio nos males que o TikTok faz. Vieira negou. Disse que ninguém chamou chinês algum e que ninguém virá. Mas não foi o próprio presidente que narrou essa história? Também na terça, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro voltou às manchetes. Ordenou a Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, partido do seu marido, que demitisse Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social da Presidência e até então assessor de Bolsonaro nas relações com a imprensa.

As razões são do tipo fofoca deluxe. Vazou na semana passada uma conversa entre Wajngarten e Mauro Cid, de janeiro de 2023. Wajngarten encaminha a Cid uma notícia de que Michelle era cotada pelo PL para concorrer à Presidência, ao que Cid responde: "Prefiro o Lula", gargalhando. Wajngarten concorda e pergunta: "em que mundo o Valdemar está vivendo?". Palavras de Cid, tudo em áudio: "Cara, se a dona Michelle tentar entrar pra política num cargo alto, ela vai ser destruída, porque eu acho que ela tem muita coisa suja... não suja, mas ela né, a personalidade dela, eles vão usar tudo contra pra acabar com ela". Lula dando sermão em ministros dentro de avião para defender Janja e Michelle exigindo a demissão do fiel escudeiro do marido são sinopses prontas para o bangalô que satiriza a acidez de Bethânia.