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Mortes sob escombros

Mortes sob escombros

O que me espanta é que, apesar da história recente do povo judeu, isso tudo tenha sido esquecido, e o poder de Israel esteja nas mãos de fundamentalistas religiosos e extremistas militares que se igualam aos que perseguiram e mataram os judeus na Europa

Mortes sob escombros

Foto: Reprodução

Por: metro1 no dia 29 de maio de 2025 às 07:44

Falar que israelenses atacaram Gaza enfurece certos militantes. Mas é o Estado de Israel, eleito por sua maioria, que comete essas brutalidades. E essa direita extremista feroz é tão parecida com seus inimigos mais terríveis da Alemanha da década de 1930. Nada mudou.

O que espanta é que, apesar da história recente do povo judeu no século XX e do significado promissor que havia na criação do Estado de Israel no final da década de 1940, isso tudo tenha sido esquecido, e o poder de Israel esteja nas mãos de fundamentalistas religiosos e extremistas militares que se igualam, em muitos sentidos, aos que perseguiram e mataram impiedosamente os judeus na Europa. Os sujeitos que estão comandando isso planejam seus atos com cada vez em agressividade e ferocidade.

Quase não se pode explicar isso do ponto de vista humano. É uma coisa tão brutal, fora do senso comum e dos mais simples e mínimos sentimentos de humanidade. É terrível. São 17 mil crianças mortas. Isso corresponde a um terço das 51 mil vidas perdidas que foram listadas oficialmente em registros hospitalares. Não há como saber com razoável estimativa o total de  mortos ainda com seus corpos sob escombros. E certamente é uma quantidade imensa, porque há uma predileção israelense no decorrer de todo o ataque à Gaza por prédios residenciais - supostamente onde estariam abrigados os reféns.

Eu sempre me lembro, com uma pena enorme, dos israelenses que não subscrevem a política de Netanyahu e não podem aceitar o que o país faz. Essas pessoas devem estar sofrendo muito. E não só em Israel. Pelo mundo todo há incontáveis judeus contrários ao que se passa entre Israel e Gaza, e que não podem se manifestar por medo ou por repressão.

* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras