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É proibido criticar

Zohran Mamdani, primeiro muçulmano eleito prefeito de Nova York, já deu alguns sinais de grande importância que ficam registrados, por exemplo, na foto da celebração que ele fez

Foto: Reprodução
A vitória dos Democratas nos Estados Unidos e particularmente a de Zohran Mamdani como prefeito de Nova York é um acontecimento de grande importância. Esperamos que ele retorne a cidade para a capital do mundo.
Mamdani já deu alguns sinais de grande importância que ficam registrados, por exemplo, na foto da celebração que ele fez. Ele estava acompanhado de uma afro-americana, uma asiática, uma americana e uma árabe. Isso caracteriza muito bem a natureza de Nova York e marca uma posição inovadora nesses tempos de Trump, que é a de reconhecer, como ele disse já no início do seu discurso, que Nova York foi criada, desenvolvida e ganhou uma personalidade até chegar ao centro do mundo, graças a imigrantes.
Eles foram fundamentais nessa obra e não é por outro motivo que a direita americana tenta deprimir essa face da cidade e dos Estados Unidos, que são integralmente um produto de imigração.
Há uma expectativa imensa. Eu renovo a minha, que foi muito maltratada por Obama. Fiquei muito decepcionado com ele. Não esperava que ele pudesse fazer coisas fenomenais, mas que ele fosse mais audacioso, mais corajoso para estabelecer um início de correção da relação do Poder Americano com os negros americanos, com os imigrantes. Seria um reconhecimento de problemas sociais que são muito grandes nos Estados Unidos, e muito encobertos pela mídia americana e seus políticos.
Obama não enfrentou esses problemas de maneira coerente com a vitória que ele teve e com o capítulo que lhe foi oferecido para iniciar na história americana. Eu torço para que isso aconteça agora. O que importa é que o Mamdani abra essa porta da inovação nos Estados Unidos, do reconhecimento dos problemas sociais. Isso levaria seguramente a uma mudança na atitude da sociedade americana que tolera que o Poder do seu país seja tão injusto, tão frequentemente perverso nas relações com países do mundo afora.
* A análise foi feita pelo jornalista no programa Três Pontos, da Rádio Metropole, transmitido ao meio-dia às quintas-feiras
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