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Prefeitura do Rio usa prova falsa em recurso contra liberação de livros pelo STF
Apresentado como "conteúdo impróprio" que justificaria a apreensão, livro português "As Gémeas Marotas" não foi exposto nem vendido durante a Bienal
Foto: Reprodução
A Prefeitura do Rio de Janeiro anexou uma prova falsa em seu recurso contra a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, de suspender a apreensão de obras na Bienal Internacional do Livro, encerrada ontem (8) na capital fluminense.
Em um texto de 13 páginas, a Procuradoria Geral do Município incluiu como “conteúdos impróprios” para crianças e adolescentes o livro português de cunho satírico "As Gémeas Marotas", de Brick Duna, direcionado a adultos. Segundo a organização da Bienal, a obra não foi exposta nem vendida durante o evento.
“Trata-se de uma obra satírica para o público adulto, publicada em 2012 na Europa, que apareceu esta semana em grupos de WhatsApp”, informou a Bienal. “Inclusive, na própria imagem usada como ‘prova’ pela Procuradoria Geral do Município é possível verificar que o valor do produto está em euro, e não em real, deixando claro que o material não estava exposto na Bienal nem em qualquer lugar do Brasil”, completou.
A organização da Bienal também apontou que a imprensa brasileira já havia verificado as informações que circularam nos últimos dias nas redes sociais sobre a presença do livro na Bienal e constatou que se tratava de uma fake news. “Vale lembrar que a Prefeitura vistoriou o festival por dois dias seguidos e não encontrou absolutamente nada que julgasse passível de qualquer questionamento legal, como o próprio comandante da ação (de busca) afirmou aos jornalistas no sábado”, acrescentou.
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