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Fechados há quatro anos, Coaty e casarões projetados por Lina Bo Bardi seguem sem previsão de reabertura

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Fechados há quatro anos, Coaty e casarões projetados por Lina Bo Bardi seguem sem previsão de reabertura

Fundação Mario Leal Ferreira diz que desenvolve projeto para revitalizar restaurante e casarões

Fechados há quatro anos, Coaty e casarões projetados por Lina Bo Bardi seguem sem previsão de reabertura

Foto: Reprodução/ Google Maps

Por: Luísa Carvalho no dia 24 de abril de 2023 às 16:25

Atualizado: no dia 03 de maio de 2023 às 17:11

A Ladeira da Misericórdia, que liga as cidades Alta e Baixa de Salvador, continua a mesma de quase quarenta anos atrás, quando Lina Bo Bardi e João Filgueiras Lima, o Lelé, começaram a rascunhar o projeto que daria origem a um conjunto formado por três casarões e o restaurante Coaty. A ideia era que a estrutura fosse replicada em outras regiões do Centro Histórico.

A proposta da prefeitura, naquele final da década de 1980, era “reavivar” a Ladeira da Misericórdia, estigmatizada como um lugar perigoso e com constantes casos de vandalismo. Ali, seriam instalados nove apartamentos com uso comercial e residenciais destinados a moradores da região.  

O Plano de Recuperação do Centro Histórico de Salvador não vingou. O Coaty, considerado a “joia da princesa” da Ladeira da Misericórdia, teve sua montagem finalizada em 1989 e, de lá para cá, depois de ter sido sede do restaurante Zanzibar, na década de 1990, foi ocupado somente em 10 ocasiões, apenas de forma temporária. A última vez foi há cerca de quatro anos, em 2019, antes da pandemia. 

Desvalorização

A administração do Coaty é de responsabilidade da Fundação Gregório de Matos (FGM). Porém, é a Fundação Mario Leal Ferreira (FMLF), responsável pela preservação do patrimônio público da prefeitura, e que desenvolve um projeto de revitalização e ocupação do lugar.

Junto com Lina Bardi e João Filgueiras Lima, Marcelo Ferraz participou do projeto original do conjunto arquitetônico do espaço. Apesar da relevância do trabalho desenvolvido por ele, o arquiteto, um dos mais importantes do país, não foi convidado para colaborar com a nova revitalização. Ferraz reclamou do desrespeito e da desvalorização

“É muito chato que exista um projeto sem nos comunicar. Não se coloca a mão dessa forma”, disse, em entrevista à Rádio Metropole no último dia 27 de abril. 

A recuperação anda a passos lentos. Segundo a fundação, já foi feito um mapeamento de risco das estruturas do Coaty e dos casarões. Também já foi realizado o cadastro da equipe que será contratada, ainda neste ano, para o projeto. Mas ainda falta a liberação da licitação da prefeitura.

Enquanto isso, o vandalismo e a insegurança na Ladeira da Misericórdia, mesmos problemas que inspiraram a elaboração do Plano de Recuperação do Centro Histórico na década de 1980, exigem uma revitalização conjunta da região.