
Cidade
Salvador vira ‘capital das farmácias’ e vê número de drogarias disparar 9 vezes em 25 anos
Série da Metropole revela como modelo de negócios, medicalização e lobby bilionário impulsionam explosão de drogarias na cidade

Foto: Reprodução
O que já é observado nas ruas é confirmado pelos dados: o número de farmácias em Salvador aumentou 888% nos últimos 25 anos. Segundo dados da Secretária Municipal da Fazenda, se em 2000 eram 162 drogarias ativas distribuídas pela cidade, até a última segunda-feira (11), já eram 1.601.
O que está por trás dessa explosão é tema da série de reportagens da Metropole “A Receita do Lucro: Por que tem tanta farmácia em sua rua?”, que começou com a matéria de capa da edição mais recente do Jornal Metropole.
Apesar de expressivo, o número não surpreende, já que não é difícil visualizar o fenômeno nas ruas. Em avenidas como a Dom João VI, em Brotas, ao menos sete farmácias estão distribuídas em uma extensão de menos de um quilômetro. Algumas da mesma rede e outras lado a lado, dividindo a mesma parede. Na Avenida Manoel Dias da Silva, na Pituba, um cenário semelhante: um percurso de 1,5 quilômetros concentra ao menos sete drogarias.
Se antes, Salvador era conhecida como a cidade das igrejas - 589, segundo dados da Arquidiocese de São Salvador, hoje já pode ser apelidada de capital das farmácias. As drogarias representam quase o triplo das igrejas. É quase uma farmácia para 1,5 mil moradores da cidade ou quatro drogarias para cada dia do ano.
A série de reportagens da Metropole mostra que, além do envelhecimento da população, há também, por trás do modelo de negócios das farmácias, estratégias de crescimento às custas da privacidade dos consumidores, da medicalização da vida e de um lobby bilionário no Congresso.
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