'Pioneirismo vem sendo marca', diz diretor nos 60 anos da Escola de Administração da Ufba

O diretor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia Horácio Nelson Hastenreiter Filho  afirmou, em entrevista à Rádio Metrópole, que a instituição, que completa 60 anos amanhã (14), foi pioneira em diversas áreas. 

A solenidade em comemoração aos 60 anos será às 8h30 na terça-feira (17) na Reitoria.

Horacio participou de mesa redonda juntamente com o próprio apresentador Mário Kértesz, egresso da faculdade, o ex-vice-diretor da faculdade Ernani Coelho e o professor Carlos César de Almeida Federico. 

O diretor conta que a escola foi fundada em 1959, quando a Fundação Ford veio ao Brasil criar os primeiros cursos de administração.

"As três primeiras escolas foram a Fundação Getúlio Vargas, a nossa Escola de Administração da Ufba e da Federal do Rio Grande do Sul. Então para formar equipe de professores, um grupo de professores foi para os EUA para se capacitar e formar primeiro time de professores que iniciou o curso, em 1961", relata.

Desde a fundação, pontua ele, a escola tem sido um centro de excelência na área. "Esse pioneirismo da Escola de Administração vem sendo marca da Escola de Administração em diversas áreas. Tanto no curso de Administração quanto no curso de secretariado executivo que nasceu em 1969. Também é o primeiro curso de secretariado executivo do Brasil. Nossa Empresa Júnior, fundada por Ernani Coelho em 1989, foi a segunda Empresa Júnior do Brasil e a primeira do Norte/Nordeste. O nosso centro da área de gestão social que está fazendo 20 anos agora foi o primeiro centro que organizou a pesquisa e atividade extensionista na área de gestão social", destaca.

Completados os 60 anos da instituição, Horácio diz que a Escola de Administração também acumula o aniversário das partes que fazem a faculdade, como o programa de pós-graduação da instituição. 

"Na verdade, quando a gente comemora 60 anos, a gente brinca que está comemorando 210 anos, porque são várias décadas inteiras que são completadas neste ano. São 60 anos da escola, 50 anos do curso de secretariado, 40 anos do programa de pós-graduação na escola, 30 anos da Empresa Júnior, 20 anos do nosso centro de gestão social, 10 anos do programa de gestão em segurança pública", considera. 

Mário pontuou que no início da trajetória, a parte empresarial da escola tinha um perfil de alunos mais à direita e conservador, com filhos de empresários, enquanto o setor de administração pública era de esquerda. No entanto, Ernani Coelho pontua que a composição mudou, principalmente com o advento das cotas na universidade. 

"Mas nos últimos anos, a escola tem mudado muito esse perfil, em todos os  campos. Primeiro porque a política de cotas introduziu mais diversidade à nossa escola. Costumo dizer que, quando se fala de cotas, as pessoas costumam chamar atenção falar dos benefícios sociais, mas uma coisa que não temos dúvidas é de que as cotas fizeram muito bem à universidade e a nós, professores, que começamos a lidar com ambiente diferente", avalia. 

Atualmente, segundo Ernani, mesmo no núcleo de negócios, há muitos alunos que vieram de famílias com negócios, mas ambicionam construir suas próprias empresas. "É uma nova geração de jovens que busca empreendedorismo como alternativa de carreira e vão buscar na escola a base fundamental para desenvolver com mais profissionalismo e solidez essa etapa", afirma.

O professor Carlos César contou ainda que a universidade estuda voltar a separar o curso de Administração nas especializações de empresas e administração pública. 

"Em determinado momento, nós resolvemos fundir os dois cursos em um curso só, de Administração, mais generalista. Entretanto, nos últimos anos, verificamos que a tendência é mais de especialistas. No início da escola, era de especialista, e agora voltou essa tendência.  Estamos discutindo para recriar, modernizados, esses dois cursos, tanto de empresa quanto de pública", disse.