
Editorial
MK comenta pichação em giz nas Gordinhas de Ondina: "Toda manifestação deve ser permitida"
A análise foi feita durante o Jornal da Bahia no Ar, nesta quarta-feira (30)

Foto: Reprodução
Após Catarina, uma das esculturas da artista plástica Eliana Kertész no monumento Meninas do Brasil — conhecido como as ‘Gordinhas de Ondina’ — ser pichada com giz no último final de semana, Mário Kertész comentou o episódio durante o Jornal da Bahia no Ar nesta quarta-feira (30). Em defesa da intervenção, ele disse não considerar o ato um vandalismo, mas sim um protesto legítimo.
“Essas gordinhas feitas por Eliana Kertész na Praça Eliana Kertész têm que ser identificadas como tal. Quanto ao que se chama de vandalismo, eu discordo, eu acho que é um protesto. Eu, que vivi muitos, muitos anos [com Eliana], posso dizer que ela ficaria satisfeita em ver que o monumento que ela fez faz parte da cidade viva. Desde que não seja uma coisa definitiva, que ataque, corroa ou destrua a obra, todo tipo de manifesto deve ser permitido”, afirmou.
Kertész ainda lembrou outras manifestações que já ocorreram no local e defendeu o caráter social da pichação, que trouxe frases sobre fome e desigualdade. “Me lembro quando colocaram abadá, outras coisas... isso é a essência de Eliana. Se aí tem palavras contra a fome, que é real e que são feitas com giz, que podem ser apagadas sem nenhum problema à obra, não tem por que dizer que é um escândalo, que é violência. Isso é uma manifestação, e eu acho e louvo a criatividade e inteligência da grande e saudosa Eliana por oferecer um local onde as manifestações sejam vistas pelas nossas autoridades, pela nossa classe média rica, e saber que tem gente morrendo de fome.
Ainda durante o comentário, MK pontuou que críticas mais contundentes devem ser feitas somente se as intervenções afetassem a obra. "Se causam problemas irreparáveis, procura-se o culpado, multa. Se não, palmas por ter usado um monumento estático e dado vida a ele. Se ela estivesse viva, estaria feliz em dizer que a obra serve para mostrar a discrepância que existe nesta Bahia, onde tem gente rica e muita gente passando fome.”
Confira na íntegra:
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