
Editorial
MK critica relatoria de Derrite e aponta uso político da segurança pública: "não passa de jogada para 2026"
Mário Kertész critica escolha de Derrite como relator do projeto “Antifaccção” e alerta para expansão de um modelo de segurança que transforma violência em ferramenta política para a extrema-direita crescer eleitoralmente

Foto: Reprodução/YouTube
Após a megaoperação no Rio de Janeiro e tudo que veio na esteira do episódio - do Projeto Antifacção às pressões de governadores -, os debates sobre Segurança Pública foram mergulhados ainda mais em disputas eleitorais. Na programação da Rádio Metropole desta segunda-feira (17), Mário Kertész criticou esse movimento e apontou incongruências na tramitação do PL da Antifacção que indicam seu uso meramente político.
MK iniciou o comentário apontando a escolha de Guilherme Derrite com relator do projeto. Ele se licenciou do cargo de Secretário de Segurança Pública para relatar. “O presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta, que está sendo desmoralizado cada vez mais, resolve, não é convidar, é determinar, o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Derrite, policial militar, famoso por matanças que ele se orgulha, pelos 23 pretos pobres da periferia da Baixada Santista”, disse MK.
“Ele [Derrite] tem já um projeto pronto e enfia, em que exclui a Polícia Federal do combate ao crime, a não ser que seja solicitado pelos governadores estaduais. [...] E pretende fazer com que o crime organizado seja caracterizado como terrorismo, o que abre uma porta para intervenção internacional”, aponta. Para MK, a pressa e as quatro versões subsequentes apresentadas de forma célere após reprovação reforçam a suspeita de motivações políticas.
Kertész também relacionou o uso político desse tema e a megaoperação que resultou em mais de 120 mortos no Rio de Janeiro a resultados das últimas pesquisas de aprovação e intenção de voto. “O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, resolve fazer aquela matança de cento e vinte e tantos pretos pobres da periferia. [...] A população aplaude. Sim, claro. Por falta de segurança, ‘pelo menos se fez alguma coisa’. Se fez mesmo?”, questionou, ao pontuar que facções seguem dominando territórios - inclusive, aqueles que foram alvo da megaoperação -, enquanto o cerne financeiro do crime permanece fora do alcance das operações que ganham projeção.
A Bahia também entrou na avaliação, com MK contestando o discurso de que o estado seria o mais violento do país. “A Bahia não é o estado mais violento do Brasil. Não é. Nós não temos aqui territórios ocupados como o Rio de Janeiro tem”, apontou. Para ele, a narrativa é usada eleitoralmente contra o governador Jerônimo Rodrigues. “O que eu quero dizer, em síntese, é que tudo isso não passa de uma jogada política eleitoral visando a eleição de 2026”, reforçou MK.
Confira o editorial na íntegra:
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