Editorial
Mário Kertész critica articulação que viabilizou aprovação do PL da Dosimetria: "um acordo absurdo"

Para Mário Kertész, decisões sobre o Palácio Thomé de Souza e a Câmara Municipal descaracterizam a Praça Municipal e enfraquecem seu papel histórico como centro do poder em Salvador

Foto: Metropress
A Câmara de Vereadores vai devolver ao Executivo Municipal R$ 50 milhões que não foram usados pelo Legislativo. Nesta quarta-feira (17), Mário Kertész parabenizou a iniciativa, mas lamentou que parte do valor vai ser dedicado à reforma do Cine Excelsior, para onde a Câmara Municipal de Salvador será transferida. MK somou a essa transferência a mudança da sede da prefeitura - que também sairá da Praça Municipal - e apontou um esvaziamento deliberado da primeira Praça dos Três Poderes do Brasil, que perderá a sede do Legislativo e do Executivo Municipal.
“Senhores vereadores, isso é uma loucura, um absurdo. E vocês estão fugindo, inclusive, das determinações tardias e omissas do Iphan, que finalmente resolveu se pronunciar na solenidade aqui em Salvador, estabelecendo regras e determinando, com toda clareza, que a prefeitura de Salvador sai do Palácio Thomé de Souza e vai para o Palácio Arquiepiscopal provisoriamente e que a destinação principal da Praça Municipal é ser o centro cívico e político desta cidade”, afirmou.
“Sai a prefeitura por uma decisão equivocada do Ministério Público Federal e agora sai a Câmara Municipal para um prédio que não tem nenhum valor histórico, fora da Praça dos Três Poderes, que passa a ser uma praça manca. Dos três Poderes só ficaria um. O Palácio Rio Branco. Por quê?”, questionou MK.
Kertész classificou a decisão de transferência da CMS e transformação do Paço Municipal em um museu como um “absurdo”. Para ele, a sede da Câmara já é um museu vivo, que pode ser vivido pelo cidadão.
Na última segunda-feira (15), o Iphan apresentou uma portaria com regras para a preservação do Centro Histórico de Salvador, entre elas estavam medidas para a Praça Municipal e o Palácio Thomé de Souza, um prédio erguido pelo renomado arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé) simbolizando o retorno da sede do Executivo Municipal para a Praça dos Três Poderes em 1986, até então ela estava no Engenho Velho de Brotas. Apesar de determinar a preservação da Praça como centro cívico e político desta cidade, o instituto determina a retirada do palácio, que deve ser substituído por uma construção com uma volumetria específica, segundo a portaria.
“Esse prédio está lá desde o ano de 1986. Quase 40 anos funcionando ali, com uma história própria já. Não, apagaram. Desarma e faz desse prédio, segundo o ex-senador, que não é dotado de conhecimento nem inteligência suficiente, uma prefeitura-bairro. A história de Salvador tem 40 anos ali [...] No lugar do Palácio Thomé de Souza, o prefeito pensa em fazer um cento de convenções, o Palácio do Rio Branco vai virar um hotel de luxo, o elevador Lacerda vira Lacerda Conceito. Nada contra os investimentos, mas foi ali que nasceu o Brasil”, finalizou MK.
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