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Nardele Gomes compartilha diário de viagem após cobertura da Metropole nos Jogos Olímpicos de Paris

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Nardele Gomes compartilha diário de viagem após cobertura da Metropole nos Jogos Olímpicos de Paris

Um petit diário de viagem

Nardele Gomes compartilha diário de viagem após cobertura da Metropole nos Jogos Olímpicos de Paris

Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Por: Nardele Gomes no dia 15 de agosto de 2024 às 00:35

Atualizado: no dia 15 de agosto de 2024 às 09:57

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 15 de agosto de 2024

“Estamos mandando duas repórteres a Paris depois de amanhã pra cobrir as Olimpíadas, e claro que pensei logo em você. Topa?” E foi assim, com 48 horas de antecedência, que Mário Kertész me fez o convite mais irrecusável dos últimos anos. Era como perguntar: “macaco, quer uma banana?” Óbvio que eu topei. Em dois dias a vida virou do avesso, e saímos, Kamille Martinho e eu, em direção aos Jogos Olímpicos. Em Paris.

A ideia era levar o sotaque soteropolitano para a cobertura, e trazer Paris pra Salvador. Eu já comecei levando minha doleira cansada de folia escrito “Eu amo carnaval”, e ela nunca foi tão rica. Era euro todo dia. Ela conheceu a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Champs Elysées, foi até pra Disney. Encontramos uma petite muvuca em frente ao Louvre pra tirar foto com a pira olímpica e até esqueci do idioma. Larguei um “opa, licença”, faltou só um “ó o gelo”.

Kamille e eu encontramos diversos ouvintes da Metropole e teve até torcida do Bahia e do Vitória no Parc des Princes. Lembrei muito de Salvador toda vez que entrávamos num mercadinho e a moça do caixa olhava pra gente com cara de “tá esperando o quê?”, quando a gente esperava um saco plástico pra levar o vinh… a água mineral. Lá, ou você compra a sacola ou sai carregando item por item debaixo do braço.

Falando nisso, não vimos nenhum francês levando a baguette no suvaco, mas é aquela história: eu não creio em bruxas, mas que elas existem, existem. Quanto ao cc no metrô, isso teve, mas a gente nunca sabia de quem era. Podia ser nosso, inclusive, afinal passávamos o dia inteiro correndo Paris de cima a baixo. Não seríamos loucas de deixar passar a chance de ver cada canto daquela cidade mágica, única, vaidosa, perfumada, caótica e radiante, como estava Paris como sempre, ainda mais nas Olimpíadas.

Já sinto (muita) saudade. Foi tudo perfeito, do susto da notícia ao apagar das luzes pra dormir, de volta a Salvador. Já posso dizer que trabalhei em Paris, mesmo que por 16 dias. Não sei se impulsiona meu currículo, nem estava inscrita na maratona, mas as memórias que eu trago de lá valem muito, mas muito mais do que ouro