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Empresa que vai gerir quiosques na orla de Salvador é escolhida e receio de ambulantes ganha novos contornos

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Empresa que vai gerir quiosques na orla de Salvador é escolhida e receio de ambulantes ganha novos contornos

Empresa que ganhou concessão da orla de Salvador pertence ao 'Rei da Praia' do Rio de Janeiro

Empresa que vai gerir quiosques na orla de Salvador é escolhida e receio de ambulantes ganha novos contornos

Foto: Metropress/Samanta Leite

Por: Laisa Gama no dia 07 de março de 2025 às 07:03

Atualizado: no dia 07 de março de 2025 às 17:58

Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 07 de março de 2025

Após meses desde a abertura da licitação e um valor inicial estipulado em R$ 18,6 milhões, finalmente foi escolhida a empresa responsável pela gestão de até 34 quiosques e 70 tendas na orla da Boca do Rio, Praia dos Artistas, Pituaçu e Patamares. Com a definição da empresa, ambulantes e barraqueiros agora têm um nome sólido a quem questionar sobre o destino deles.

A vencedora é um nome conhecido em terras cariocas: Orla Brasil, controlada pelo empresário João Marcello Barreto, o “Rei da Praia”, como apontado na coluna Metropolítica. Ele é também o proprietário da Orla Rio, concessionária que detém a exploração de 309 dos 600 quiosques, entre o Leme, na Zona Sul, e o Pontal, na Zona Oeste, até 2030.

Essa escolha acirra a frustração e a incerteza de quem depende das vendas para o sustento das suas famílias. Para muitos, a licitação é vista como um ataque à cultura praiana local, além de um apagamento da categoria. Esse sentimento de desaprovação não é novo. Em 2010, ele já despontou com a retirada e destruição das barracas de praia de Salvador, por meio de uma decisão liminar do juiz Carlos D’Ávila Teixeira, cujo mérito nunca foi julgado em quase 15 anos. Foi nessa decisão que as barracas de praia soteropolitanas foram classificadas como “favelas na areia” e a orla da capital, como “o mais horrendo e bizarro trecho do litoral das capitais brasileiras”.

O medo desses trabalhadores não é à toa, já que no Rio de Janeiro a empresa conseguiu obter direitos exclusivos de fornecimento de gelo e bebidas às barracas que estão na área controlada pelo empresário. Assim, se os ambulantes ficam de fora das barracas e tendas podem perder até mesmo o direito de comercializar artigos na região.