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Com projeto do renomado arquiteto Lelé, Igreja Ascensão do Senhor, no CAB, completa 50 anos
Sob os traços de Lelé, o projeto foi desenhado com uma nave de 12 peças estruturais de concreto armado criando sombra e luz no interior
Foto: Acervo
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 13 de março de 2025
Com linhas ousadas e estrutura inovadora, a Igreja Ascensão do Senhor, localizada no Centro Administrativo da Bahia (CAB), é considerada uma obra-prima da arquitetura moderna brasileira. Ela chegou aos seus 50 anos na última sexta-feira (7), como um dos testemunhos da genialidade do renomado arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé.
E nasceu para ser bonita. Foi erguida a pedido então governador Antonio Carlos Magalhães (ACM), que em uma determinada noite ligou para o secretário de Planejamento, Ciência e Tecnologia, Mário Kertész, com o pedido: “queria fazer uma igreja lá no Centro Administrativo, mas uma igreja bonita, uma igreja para a granfinagem fazer seus casamentos”.
Naquele período, Salvador passava por um intenso processo de planejamento urbano e o Centro Administrativo da Bahia (CAB) era um local chave para isso, iria concentrar edifícios de repartições públicas – especialmente estaduais – em um único local, para substituir os prédios espalhados pelo centro da capital. A igreja surgiu como parte desse novo urbanismo, dialogando com a arquitetura inovadora do CAB.
Pároco da igreja, o padre Manoel de Oliveira Filho vê poesia na estrutura. “É uma obra de arte e uma obra de fé, sendo um espaço de uma profunda riqueza simbólica. Na própria poética da obra, Lelé fala das 12 pétalas [estruturas de concreto armado no teto], evocando os apóstolos, que são os 12 pilares da igreja. [...] Hoje a igreja é um centro de muita vitalidade, religiosa, espiritual, artístico, cultural e social, e caritativo na nossa cidade”, afirma.
Sob os traços de Lelé, o projeto foi desenhado com uma nave de 12 peças estruturais de concreto armado criando sombra e luz no interior. É dele também o projeto da Igreja de Nossa Senhora dos Alagados, que foi inaugurada com a presença do Papa João Paulo II, em 1980, durante a gestão de Mário Kertész à frente da prefeitura.
Ao longo das suas cinco décadas, a Igreja Ascensão do Senhor já foi palco de batizados, casamentos e, em 2020, chegou a ser foi reconhecida como Patrimônio Cultural de Salvador e tombada Fundação Gregorio de Matos, sendo caracterizada como um ponto de referência para admiradores da arquitetura e fiéis, não só os servidores que trabalhavam no CAB. Agora, com sua história preservada e relevância reafirmada, o templo segue como um dos mais belos patrimônios arquitetônicos e culturais de Salvador, testemunhando a interseção entre arte, fé e modernidade.
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