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Do Detran ao descaso: Mesmo com vigilância e promessa de venda, terreno vira alvo de furtos e invasões
Questionada sobre o atual uso do imóvel, a Secretaria de Administração da Bahia (Saeb) informou, por meio de nota, que mantém postos de vigilância patrimonial e que o “imóvel público está parcialmente desocupado
Foto: Metropress/Marcelle Bittencourt
Matéria publicada originalmente no Jornal Metropole em 31 de julho de 2025
Parque de treinamento para futuros motoristas
Atalho para pedestres e moradores da região
Rota de fuga ou esconderijo de criminosos
Estoque para furto de cabos e materiais de metal
Exemplo de paisagismo do abandono
Mesmo desativado há mais de um ano e meio, não faltam funções ao antigo prédio do Departamento Estadual de Trânsito da Bahia (Detran-BA). A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV) que ainda ocupa parte no local é talvez a menos importante delas, tanto que não ajuda nem a coibir invasões, depredações e furtos.
A vigilância mantida pela gestão estadual também não contribui. E a prova é visível: restos de cabos e fios largados pelo chão, estruturas metálicas levadas, grades arrancadas e até paredes destruídas. Isso tudo em plena ligação entre o Acesso Norte e a Avenida Antônio Carlos Magalhães, uma parte da região considerada como centro financeiro da capital.
Economia em vigilância
A suposta pintura de alvo para vandalismo estampada no terreno é de conhecimento da gestão do órgão. Em entrevista ao Jornal da Cidade, em maio, o diretor-geral Rodrigo Pimentel citou que o espaço seria leiloado e admitiu que atos de vandalismo têm ocorrido, apesar da atuação conjunta com a Secretaria de Administração do Estado. “Aquele imóvel será vendido quando sair o edital e tiver o leilão. Nesse período, nós [Detran] e a Secretaria de Administração atuamos com a vigilância para coibir os atos de vandalismo”, disse o diretor à época. Foi ele também que, na época da mudança da sede para o Centro Administrativo da Bahia (CAB), justificou a decisão alegando que aquele terreno exigia um alto custo com vigilância patrimonial, o que iria diminuir com a transferência para o CAB.
O custo com vigilância pode ter diminuído, mas o imóvel continua lá, segue sendo um patrimônio do estado, mas agora depredado e vandalizado.
Questionada sobre o atual uso do imóvel, a Secretaria de Administração da Bahia (Saeb) informou, por meio de nota, que mantém postos de vigilância patrimonial e que o “imóvel público está parcialmente desocupado, aguardando trâmites para ser leiloado". Sobre o uso por auto-escolas, a pasta não respondeu.
História é antiga
A história de venda do terreno é antiga. Foi autorizada pela Assembleia Legislativa da Bahia entre 2020 e 2021. Segundo os termos legais, os recursos arrecadados deverão ser destinados ao Fundo Financeiro da Previdência Social dos Servidores Públicos do Estado da Bahia (FUNPREV) e outros investimentos públicos. Em janeiro deste ano, a Casa Civil do Estado informou que a expectativa era lançar os editais de venda ainda no primeiro semestre, mas não aconteceu. Segundo apuração do Metro1, a medida depende da resolução de pendências cartoriais e da definição do modelo de licitação.
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