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Área do Odorico Tavares segue com futuro incerto cinco anos após fechamento do colégio
Em meio a críticas contra leilões da prefeitura, governo estadual mantém na gaveta venda de cobiçado imóvel no Corredor da Vitória
Foto: Metropress
Mais de cinco anos após o fechamento do Odorico Tavares pelo então governador Rui Costa (PT), a área onde funcionou por duas décadas e meia o famoso colégio estadual, no Corredor da Vitória, permanece com o futuro indefinido e, de acordo com fontes do alto escalão do Palácio de Ondina, dificilmente haverá um veredito sobre seu destino em curto prazo. O terreno de aproximadamente 5 mil m² é alvo da cobiça de grandes construtoras, mas o interesse em vendê-lo, manifestado diversas vezes pelo governo, esbarra na onda de críticas contra a sanha da especulação imobiliária sobre a região. Em dezembro de 2019, a unidade encerrou definitivamente as atividades, debaixo de protestos do movimento estudantil e de líderes sindicais que representam os profissionais da educação.
Toque de recolher
No fim de 2023, o secretário estadual da Casa Civil, Afonso Florence, deixou escapar à imprensa que o governador Jerônimo Rodrigues (PT) incluiria o eventual leilão do Odorico Tavares nas discussões para este ano. O objetivo, justificou, seria avaliar melhor a retomada do setor de construção civil, bastante atingido durante a crise econômica provocada pela pandemia de covid-19, no intuito de vender o imóvel pelo valor mais alto possível. Entretanto, os ataques ao grupo adversário por conta da lei que autorizou a prefeitura de Salvador a alienar 40 terrenos e áreas verdes em Salvador (leia mais abaixo) colocaram o negócio em estágio de hibernação. A tese é de que seria um tiro no pé do governo atrair para si um ônus que está agora apenas no colo dos rivais.
Erro de timing
A polêmica sobre a tentativa de vender uma área verde no Corredor da Vitória para investidores do mercado imobiliário não podia vir em hora pior para o prefeito Bruno Reis (União Brasil), que enfrenta desgastes diante da série de leilões de terrenos urbanos de propriedade do município. Estudo divulgado na segunda-feira (18) pela Climate Central, ONG norte-americana dedicada a investigações científicas sobre alterações climáticas, mostra que a capital baiana integra o ranking das cidades brasileiras mais atingidas pelo aumento da temperatura, com crescimento de 0,84ºC, quinto maior salto acima da média histórica. À frente de Salvador, aparecem Vila Velha (1,15ºC), Goiânia (0,99ºC), Campinas (0,93ºC) e Recife (0,90ºC).
Relação de causa e efeito
Para elaborar o estudo, os analistas do Climate Central avaliaram a curva de aquecimento registrada entre 1993 e 2020 e compararam com as temperaturas verificadas de dezembro de 2023 a fevereiro deste ano em 678 cidades de 175 países, sendo 15 delas brasileiras. A pesquisa não abrange março, mês em que o calor vem batendo recordes consecutivos em Salvador. No mesmo período, a média nacional teve alta de 0,71ºC. Embora o aumento seja atribuído ao avanço do aquecimento global, a supressão de áreas verdes contribui bastante para o boom na sensação térmica de grandes centros urbanos.
Lupa na malandragem
O Ministério Público do Trabalho na Bahia (MPT) decidiu apertar o cerco contra o uso de empresas terceirizadas contratadas por prefeituras como cabides de emprego para cabos eleitorais e aliados políticos, prática denunciada pelo Jornal Metropole em reportagem de capa publicada na edição do último dia 7. Em vez de ações judiciais cuja conclusão só ocorre após o resultado das urnas ou costumam tramitar anos a fio, a estratégia do MPT é combater irregularidades com maior rapidez em 2024, por meio de liminares que impeçam a utilização de terceirizadas como instrumento de assédio eleitoral antes ou durante a sucessão municipal de outubro.
Plano de ataque
Segundo informações obtidas pela Metropolítica, o MPT já começou a organizar uma força-tarefa específica para coibir terceirizações com fins eleitoreiros e está prestes a iniciar a montagem do planejamento que vai definir o modelo de ação para a disputa deste ano. Até o momento, o órgão já acumula denúncias sobre a utilização de empresas de prestação de serviços contratadas por prefeituras do interior como balcão oculto de empregos para favorecer candidatos apoiados pelo grupo que está no poder.
Pedra cantada
Conforme antecipado semana passada pela coluna e revelado na tarde de segunda-feira (18) pelo Metro1, deputados que integram a tropa de choque do presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), Adolfo Menezes (PSD), pavimentaram o caminho para votar a PEC que libera a reeleição ao comando da Casa na sessão desta terça-feira (19). Os ajustes finais para emplacar a proposta na pauta do plenário foram acertados em reunião realizada na tarde de segunda (18) entre Menezes e os líderes das bancadas do governo e da oposição, respectivamente, Rosemberg Pinto (PT) e Alan Sanches (União Brasil). Em conversas reservadas, parlamentares influentes dos dois polos de poder garantem que a reeleição será aprovada pelo plenário com margem elástica.
Barreira superada
O governo do estado conseguiu ultrapassar o primeiro obstáculo rumo ao empréstimo de US$ 200 milhões com o Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Bird), a princípio destinado a bancar projetos de infraestrutura na Bahia. Recentemente, a Comissão de Financiamento Externo do Ministério do Planejamento (Cofiex) autorizou o início dos trâmites para contratar a operação de crédito com garantias da União, desde que cumpridas algumas exigências. Em especial, comprovar que possui capacidade de pagar a dívida, fundamental para que Ministério da Fazenda e Senado avalizem a transação.
Pare ou siga!
Um dos principais nomes do bloco bolsonarista em Salvador, o vereador Alexandre Aleluia decide ainda esta semana se continua no PL ou embarca em um novo partido. No caso, o PP, que transita hoje em duas órbitas antagônicas no estado. Uma parte da legenda é alinhada à oposição ao PT, mas a maioria, sobretudo prefeitos de municípios menores e parlamentares da Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados, está integrada à base de apoio do governador Jerônimo Rodrigues. "Até sexta-feira (22), anunciarei a decisão", disse Aleluia à Metropolítica.
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