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Interessados em migrar de partido, deputados do PP na Alba esbarram na recusa de siglas da base petista

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Por Jairo Costa Júnior

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Interessados em migrar de partido, deputados do PP na Alba esbarram na recusa de siglas da base petista

Por receio de concorrência interna, parlamentares de legendas do bloco governista resistem a receber integrantes da bancada pepista na Assembleia que rejeitam federação com o União Brasil

Interessados em migrar de partido, deputados do PP na Alba esbarram na recusa de siglas da base petista

Foto: Reprodução

Por: Jairo Costa Jr. no dia 14 de julho de 2025 às 17:32

Contrários à federação com o União Brasil, integrantes da bancada do PP na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) têm encontrado dificuldades em achar partidos dispostos a abrigá-los na disputa de 2026. Segundo apurou a Metropolítica, a resistência se deve ao fato de que quatro dos seis deputados estaduais da sigla tentaram migrar em bloco para uma legenda, mas encontraram forte rejeição interna entre parlamentares que temem derrapar nas urnas por conta da eventual chegada de pepistas com capilaridade eleitoral. A princípio, as negociações para filiação em bloco de deputados do PP envolvem Niltinho Bastos, Hassan Iossef, Antônio Henrique Júnior e Eduardo Salles, já que Nelson Leal sinalizou que vai concorrer ao oitavo mandato na Alba, enquanto Felipe Duarte já acertou o ingresso no Avante. 

Aqui não, violão!
"Há partidos que aceitam um ou até dois membros da bancada, mas todos não. Essa recusa não parte dos dirigentes das legendas procuradas, mas dos próprios parlamentares. O PSD, por exemplo, se mostrou inclinado em receber apenas parte da turma. Já o PDT e a federação formada por PT, PCdoB e PV fecharam as portas por completo", conta um cardeal da base governista escalado para achar uma nova casa interessada em absorver dissidentes do PP. Líderes do bloco alinhado ao Palácio de Ondina atribuem parte das dificuldades enfrentadas pelos pepistas da Assembleia às indefinições sobre o futuro de dois deputados do PP na sucessão do ano que vem. 

Pontos de interrogação
Um deles é Hassan Iossef, que seguirá as determinações do padrinho político, o prefeito de Jequié, Zé Cocá, que vem sendo assediado pelo ex-prefeito ACM Neto, pré-candidato do União Brasil ao governo, para a vaga de vice na chapa da oposição em 2026. O outro é Antônio Henrique Júnior, que tem base no Oeste da Bahia, reduto onde o agro possui enorme influência e que se tornou a mais forte trincheira do antipetismo no estado. A dupla, no entanto, jurou recentemente ao secretário estadual de Relações Institucionais, Adolpho Loyola, chefe da articulação política do governo do estado, que independente da posição de seus aliados locais, marcharão com Jerônimo Rodrigues (PT) na próxima sucessão.  

'Cargo Zero'
Mais de dois meses após retornar ao arco do governo estadual, o PDT permanece como única sigla do bloco petista ainda não contemplado com assento no primeiro escalão do Executivo. Inicialmente, duas pastas cujos ocupantes são remanescentes da gestão Rui Costa (PT) estavam na lupa de possibilidades relativas à futura cota dos pedetistas. A de Ciência e Tecnologia (Secti) chegou a entrar em discussão, mas a tendência é que o atual secretário, André Joazeiro, continue no posto. Restou somente a Secretaria de Planejamento, hoje comandada por Cássio Ramos Peixoto, mas as tratativas até o momento não avançaram.

Outro foco
Interlocutores próximos ao presidente do PDT na Bahia, o deputado federal Félix Mendonça Júnior, asseguram que ele jamais impôs cargos no andar de cima do governo como condição para regressar à base aliada. A única exigência, afirmam, foi que Jerônimo auxiliasse o partido a montar o tabuleiro da sigla para a corrida pela Câmara e a Alba e se empenhasse no real objetivo do cacique pediestista: eleger ao menos três deputados federais e três estaduais na próxima batalha por vagas no Legislativo. 

Tudo em casa
Apontado como o novo coronel político da região sisaleira, o deputado federal Ricardo Maia (MDB) descolou uma emenda de R$ 3 milhões para a Secretaria de Saúde de Ribeira do Pombal, cidade que governou de 2013 a 2020. Até aí, tudo bem. Acontece que a pasta é comandada por sua esposa, Lakcelma Costa da Silva. Para completar, o filho, Eriksson Silva (MDB), é o prefeito de Pombal. 

Quem pode pede bis 
Não é a primeira vez que Ricardo Maia vira notícia por beneficiar municípios controlados por familiares com emendas ao orçamento da União. Ano passado, Maia destinou R$ 24,3 milhões para Ribeira do Pombal. De quebra, enviou mais R$ 20,1 milhões para a vizinha Tucano, cidade comandada por Ricardo Maia Filho (MDB), outro herdeiro do parlamentar emedebista.   

Favas contadas
Parlamentares da tropa baiana em Brasília estão certo de que, se o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovar a suspensão do mandato de André Janones (Avante-MG) por 180 dias, em decorrência de ataques verbais a Nikolas Ferreira (PL-MG) na sessão do último dia 9, a penalidade dificilmente será revertida em plenário. A convicção vem do fato de que a Mesa Diretora da Casa, autora do processo contra Janones no colegiado, quer usar a punição de Janones como exemplo e já teria maioria consolidada para levar a ofensiva adiante. 

Freio de arrumação
Em síntese, avaliam que a suspensão do mineiro André Janones é uma meta pessoal do presidente da Câmara, Hugo Mota (Republicanos-PB), cada vez mais insatisfeito com o clima de ódio durante discussões no Parlamento. No entanto, garantem, serviria ainda como aviso ao também mineiro Nikolas Ferreira, que vem protagonizado sucessivas trocas de ofensas com adversários políticos, muitas vezes, em tom de desrespeito.  

Talento no terreiro 
Cubano radicado em Salvador há décadas, o arquiteto Yoanny Calvo foi escolhido pela Fundação Mário Leal Ferreira para tocar o projeto de restauração do Memorial Mãe Menininha, espaço situado no terreiro de mesmo nome que preserva mais de 500 peças sobre a trajetória de uma das maiores lideranças da religiosidade de matriz africana do país. Calvo, que veio fazer um curso especialização em restauro na Bahia e acabou fixando residência na capital do estado, esteve entre os responsáveis pelo retrofit do Casarão 28, no Centro Histórico, case que conquistou em 2023 o primeiro lugar no 9º Prêmio Tomie Ohtake AkzoNobel, um dos mais importantes da arquitetura contemporânea brasileira.