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Alta na popularidade de Lula e salto nas intenções de voto para o petista na Bahia levam temor à oposição
Após pesquisas da Quaest favoráveis ao presidente, a avaliação entre líderes que integram o núcleo duro da equipe de ACM Neto é de que força do petista no estado impulsionará campanha de Jerônimo Rodrigues no duelo pelo governo do estado
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O salto de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na Bahia e o crescimento nos índices de intenções de voto para o petista junto ao eleitorado do estado, constatado na recente rodada de pesquisas realizadas pela Quaest, acendeu o alerta vermelho entre caciques da oposição ao governador Jerônimo Rodrigues. A avaliação entre lideranças políticas que compõem o núcleo duro da equipe do ex-prefeito de Salvador ACM Neto, pré-candidato ao governo pelo União Brasil, é de que, caso a tendência de alta se consolide nos próximos meses, ficará muito difícil vencer o duelo contra Jerônimo em 2026.
Causa e efeito
"Ainda que a avaliação negativa do governador permaneça ano que vem, e tudo indica que ela se manterá, Lula com a aprovação na Bahia lá em cima pode 'puxar' Jerônimo e pavimentar o caminho dele rumo à reeleição. Sobretudo, pelo clima de polarização acirrada, que transformará a disputa no estado em um tipo de BaVi eleitoral mais intenso que o da eleição passada. Em 2022, Lula foi o grande responsável pela vitória de Jerônimo. E olhe que naquele ano ACM Neto tentou escapar desse ambiente polarizado, contando inclusive com o chamado voto Lula-Neto. Mesmo assim não ganhou", avaliou um influente cardeal do União Brasil.
Análise combinatória
O receio da oposição é facilmente explicado pela evolução dos números das pesquisas realizadas pela Quaest ao longo de 2025 . Em fevereiro, o presidente viu pela primeira vez a desaprovação ao seu governo superar a aprovação na Bahia. À época, 51% dos eleitores do estado avaliaram negativamente Lula, contra 47% de índice positivo. Em um intervalo de seis meses, a popularidade do petista chegou a 60% em agosto, com 39% de desaprovação, diferença de nada menos que 21 pontos percentuais.
Longo hiato
Para completar, a distância das intenções de voto atribuídas ao presidente pelos eleitores baianos no segundo turno varia dos 42 aos 50 pontos, a depender do adversário, de acordo com a sondagem divulgada pelo instituto nesta quinta-feira. No cenário contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ou o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), Lula venceria ambos na Bahia por 63% a 21%. Se o rival for o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), ou de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), o placar é ainda mais elástico: 66% a 16% e 65% a 17%, respectivamente.
Seis por meia dúzia
"Esses números, que não divergem muito das nossas sondagens de consumo interno, mostram uma rejeição elevadíssima a qualquer presidenciável de direita entre os baianos. Os eleitores daqui parecem ligar qualquer adversário de Lula a Bolsonaro, independente do grau de proximidade ou de alinhamento. Ficará bem complicado para Neto repetir em 2026 o discurso de que não tem lado, como fez em 2022. Essa é a impressão que muitos de nós temos, e partilhamos com ele. Será necessário quebrar um pouco mais a cabeça para encontrar uma saída capaz de driblar a força de Lula no estado e descolar Neto de Bolsonaro", resumiu outro integrante da cúpula da oposição ao PT.
Comida na mesa
A preocupação da tropa de choque do ex-prefeito de Salvador cresce ainda mais diante dos sinais de queda no preço dos alimentos, variável crucial em um estado onde a imensa maioria dos eleitores é de baixa renda. Todas as fontes do bloco oposicionista consultadas pela Metropolítica foram unânimes em admitir temor com o recuo do custo de vida e o efeito dele nas urnas. Em suma, acham que a reação de Lula tarifaço imposto aos produtos brasileiros pelo presidente dos EUA, Donald Trump, tem impacto maior em estados mais ricos. Na Bahia, a convicção é de que comida mais barata é um cabo eleitoral mais poderoso e que ele pode favorecer Jerônimo.
Onde a corda arrebenta
O sindicato que reúne profissionais do setor de construção de estradas, pavimentação, obras de terraplanagem e montagem industrial no estado (Sintepav) ingressou na Justiça para tentar reverter a decisão que transferiu a competência sobre o acordo de recuperação judicial do Grupo Metha (ex-OAS) do Judiciário baiano para o paulista. Em petição protocolada terça-feira (19) na Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Bahia, o advogado que representa o Sintepav, Flávio Cumming Mazur, argumenta que a mudança de foro para São Paulo atrasará a concretização do acordo aprovado por quase todos os credores da empresa e prejudicará 1.700 trabalhadores que aguardam há quase dois anos créditos relativos a direitos trabalhistas e salariais.
Nem te ligo
"O Grupo Metha, em 17 de outubro de 2023, protocolou pedido de recuperação judicial perante a 2ª Vara Empresarial da Comarca de Salvador, objetivando, dentre outros, a preservação de 6.300 empregos diretos e indiretos (...) Em 24 de abril de 2025, foi realizada a Assembleia Geral de Credores, oportunidade na qual foi aprovado o plano de recuperação em todas as classes e cenários. Na trabalhista, a aprovação se deu por 99,52% dos credores presentes. Sucede, todavia, que o TJ, ignorando, por completo, o estágio avançado do processo e os impactos sociais de sua decisão sobre a coletividade de credores trabalhistas que aprovaram o plano e estavam prestes a iniciar o recebimento dos créditos, entendeu pela competência da Comarca de São Paulo para processamento do feito, priorizando os interesses isolados de três credores que se insurgiram contra a recuperação do Grupo Metha, em detrimento dos demais", destacou Mazur.
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