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Ex-presidente do TJ, filha cantora e mais seis réus da Faroeste começam a ser julgados pelo STJ em novembro

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Disputa pelo comando do TJ vira duelo acirrado entre dois desembargadores
Jatahy Júnior e José Rotondano vão se enfrentar nas urnas em 19 de novembro, sob cenário tão indefinido quanto foi a eleição no tribunal em 2022
Foto: Divulgação
A menos de dois meses para a eleição no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ), a disputa pelo comando da corte ganhou ares de duelo acirrado entre os desembargadores Jatahy Júnior e José Edivaldo Rotondano. Juristas, magistrados e servidores do alto escalão do Judiciário baiano consultados pela Metropolítica consideram a próxima sucessão no TJ tão dura quanto a de três anos atrás, quando Lourival Trindade derrotou a atual presidente, Cynthia Maria Pina Resende, pelo apertadíssimo placar de 28 x 27, e garantem que hoje é impossível prever quem sairá vencedor. O cenário de indefinição é resultado direto da divisão interna no tribunal e da adesão de desembargadores graduados que ambos somaram nos últimos dias.
Bola dividida
De um lado, José Rotondano conta com o apoio de Cyntia Maria e tem como trunfo o fato de integrar a cúpula do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Já Jatahy Júnior possui como aliados dois desembargadores com forte influência junto aos pares: Mario Alberto Simões Hirs, que já presidiu o TJ de 2012 a 2013, e Roberto Maynard Frank, atual corregedor-geral da Justiça. "Ninguém é capaz de dar qualquer palpite minimamente certeiro sobre o que vai acontecer em 19 de novembro (data da votação). Tá pau a pau. Vejo colegas dizendo que Rotondano vai levar e outros assegurando que o vitorioso será Jatahy, mas até esses prognósticos mudam a cada instante", destacou um desembargador em conversa reservada com a coluna.
Por uma cabeça
Entre advogados de grandes bancas da capital, a análise segue no mesmo diapasão, embora boa parte das fontes ouvidas ache que a candidatura de Jatahy Júnior vem avançando gradualmente. "Percebo agora um movimento maior em torno dele, mas Rotondano mantém uma base sólida de desembargadores. A questão aí é se dá para confiar em todos os que dizem estar ao seu lado. Como a votação é secreta, sempre há espaço para traições", destacou um advogado com trânsito livre no alto escalão da Justiça estadual. "De fato, Jatahy ganhou tração, mas Rotondano começou a se mexer muito desde a semana passada. Como são 63 votos, tudo pode acontecer", emendou um influente jurista baiano.
Pontos de interrogação
Duas dúvidas tornam o panorama no TJ ainda mais incerto. A primeira tem a ver com o apoio do ex-presidente do tribunal de 2023 a 2024, Nilson Soares Castelo Branco. Até mesmo magistrados próximos a ele afirmam que Castelo Branco, tido atualmente como um dos líderes mais fortes na corte, ainda não sinalizou em qual candidato vai apostar. A segunda é se a desembargadora Ivone Bessa manterá o nome no páreo ou sairá da pista para apoiar um dos dois favoritos.
Culpa do cacique
Alvos de fortes críticas por terem votado a favor da PEC da Blindagem, os dois deputados federais pelo PDT da Bahia, Félix Mendonça Júnior e Leo Prates, confidenciaram a interlocutores que não queriam endossar a proposta, mas foram pressionados pela direção do partido. Trocando em miúdos, pelo ex-ministro Carlos Lupi, presidente nacional do PDT, privilegiado com a PEC que blinda também cardeais de legendas com a prerrogativa de só serem processados e investigados criminalmente pelo Supremo com aval do Congresso. Resta saber se o voto de Prates não contou também com o DNA do padrinho político, o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, cujo partido, o União Brasil, apoiou em peso a PEC.
Pela culatra
A densidade da manifestação contra a PEC da Blindagem e a anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, realizada domingo (21) na orla da Barra, assustou bastante deputados baianos que chancelaram a proposta. Em tom de confidência, parlamentares que colocaram as digitais da malfadada ideia admitem que saíram desgastados do processo e temem perda de votos na busca pela reeleição ano que vem. Em especial, os que têm base sólida na capital.
Muito ajuda quem não atrapalha
Caciques da oposição ao PT na Bahia classificaram a pré-candidatura do presidente estadual do Psol, Ronaldo Mansur, como mero jogo de cena. Isso porque o nome mais forte do Psol é Kleber Rosa, segundo colocado na corrida pela prefeitura de Salvador em 2024, ficando à frente do vice-governador Geraldo Jr. (MDB), candidato apoiado pelo Palácio de Ondina. A tese é de que, para manter o discurso de independência em relação ao PT sem prejudicar o governador Jerônimo Rodrigues, a legenda optou por lançar um quadro desconhecido pela imensa maioria do eleitorado.
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