
Política
Base de Jerônimo Rodrigues busca unidade para as eleições de 2024 em Salvador, mas encontra desafios
Ambições políticas individuais e partidárias envolvidas podem atrapalhar desejo do grupo petista de candidatura única

Foto: Divulgação
Ao menos 10 nomes da base do governador Jerônimo Rodrigues (PT) já apareceram como possíveis candidatos para a prefeitura de Salvador nas eleições de 2024. Apesar do grande leque de possibilidades, o grupo quer buscar a unidade, mas encontra contradições e dificuldades.
Desde a redemocratização do país, em 1985, nenhum prefeito da capital baiana foi eleito pelo PT. Para tentar romper este ciclo, o partido quer fazer um acordo com as siglas aliadas e lançar apenas um candidato. Com a união, a candidatura teria mais apoios e concentraria mais votos, portanto poderia ter força política para vencer o pleito.
Apesar da clara vantagem, o acerto pela unidade não é simples: há ambições políticas individuais e partidárias envolvidas. Nos últimos anos, as siglas incentivaram o lançamento de candidaturas para fortalecê-las e evitarem cair na cláusula de barreira eleitoral, que exige uma quantidade mínima de votos para que as legendas tenham direito a fundo partidário e tempo de televisão.Um fato que pode atrapalhar a busca da unidade no grupo petista.
Por isso, as articulações precisam ser cuidadosas. Caso contrário, a pressão pela união pode gerar a insatisfação de integrantes e, consequentemente, o rompimento com a aliança. Nas eleições passadas, o desejo pela unidade não foi alcançado. Em 2020, o PT lançou Major Denice; o PCdoB, Olívia Santana; e o Avante, Pastor Sargento Isidório. Os três acabaram derrotados pelo prefeito Bruno Reis (União). Em 2012 e 2016, o grupo também não conseguiu unificar e perdeu para ACM Neto (União).
Já em 2008, o PT e o então PMDB, que integravam a base de Jaques Wagner (PT), também acabaram lançando candidaturas próprias. O candidato na época do MDB, João Henrique, se associou à época com partidos da oposição e levou a disputa.
Nomes na disputa
Neste mês, o diretório do PT em Salvador comunicou à imprensa a vontade de lançar uma candidatura própria. A sigla petista tem, pelo menos, dois nomes: a atual presidente da Funarte (Fundação Nacional de Artes), Maria Marighella, e a socióloga Vilma Reis. Presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, no entanto, quer cautela e disse que a candidatura "vai depender do diálogo e entendimento" da ala governista.
Agora de volta à base governista, o MDB também tem pretensão de disputar. O vice-governador Geraldo Júnior pode entrar no jogo eleitoral, mas estabeleceu a unidade com uma das condicionantes para concorrer. O emedebista confirmou ainda que a unificação em Salvador é desejada por Jerônimo.
Já o PSB tem três nomes: o vereador Sílvio Humberto e as deputadas Lídice da Mata (federal) e Fabíola Mansur (estadual). Lídice, inclusive, apoiou recentemente, em entrevista à Rádio Metropole, a ideia de um candidato único. "Há 16 anos nós perdemos a eleição de Salvador, isso tem que nos fazer refletir sobre as nossas estratégias e principalmente conversar", pontuou.
O PV tem como opção o deputado federal Bacelar. Parte da federação com PT e PCdoB, a sigla verdista terá que, obrigatoriamente, negociar com as legendas para a escolha de um postulante. “A gente não tem nenhum problema em abrir mão de um projeto em nome da unidade, se o nome da unidade for melhor do que o nosso”, afirmou ao Metro1 Ivanilson Gomes, presidente do PV na Bahia.
Também dentro da federação, o nome da deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) aparece nas especulações. Já o PSD pode lançar o deputado federal Antonio Brito.
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