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Comissão do Senado aprova flexibilização do licenciamento ambiental

Política

Comissão do Senado aprova flexibilização do licenciamento ambiental

Texto permite autolicenciamento para obras de médio porte

Comissão do Senado aprova flexibilização do licenciamento ambiental

Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Por: Metro1 no dia 20 de maio de 2025 às 16:20

A Comissão de Agricultura do Senado aprovou, nesta terça-feira (20), um projeto de lei que cria novas regras para o licenciamento ambiental. A proposta diminui a necessidade de emissões de licenças, além de criar uma possibilidade de autodeclaração.

Entre destaques, o projeto estabelece a LAC (Licença por Adesão e Compromisso) – que permite a emissão de licença ambiental por autodeclaração. O texto é relatado pelos senadores Tereza Cristina (PP-MS) e Confúcio Moura (MDB-RO), sendo apoiado pela Frente Parlamentar da Agropecuária, mais conhecida como Bancada do Agronegócio.

O projeto também aumenta atividades sem a necessidade de autorizações, traz a renovação automática de licenciamentos e isenções ao agronegócio. O texto já foi aprovado pela Câmara, mas pode voltar a ser avaliado, a depender das mudanças definidas por senadores.

Entidades e ambientalistas têm criticado a flexibilização do licenciamento. Na última semana, o Observatório do Clima produziu uma nota técnica em que avalia que o projeto pode contribuir com o aumento das emissões de gases e intensificar o desmatamento. “Está repleto de inconstitucionalidades, promovendo a fragmentação normativa entre estados e municípios e criando um cenário de insegurança jurídica que tende a gerar, como um dos seus principais efeitos, uma enxurrada de judicializações. Em vez de estabelecer regras claras, juridicamente coesas e efetivas, como se espera de uma Lei Geral, o projeto abre caminho para o caos regulatório e o aumento da degradação ambiental”, diz trecho de nota divulgada pela organização.

O Ministério do Meio Ambiente considera que o projeto viola princípios fundamentais da Constituição, que garante um meio ambiente equilibrado. O secretário executivo do ministério, João Paulo Capobianco, considera a matéria um grande retrocesso.

“O projeto viola, da forma como está, alguns princípios fundamentais que já foram trazidos pelo Supremo para resolver outras inúmeras questões ocorridas, principalmente, no governo anterior. O Supremo adotou o princípio do não retrocesso como um princípio basilar nas suas decisões e esse projeto de lei, evidentemente, traz um conjunto grande de retrocessos”, disse.