Política
CCJ impõe nova derrota ao Planalto no Senado e derruba decretos de Lula sobre terras indígenas

Relato expõe fragilidade na articulação entre instituições
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil
O ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Saulo Moura da Cunha, afirmou ao Supremo Tribunal Federal que o órgão só confirmou o deslocamento de manifestantes à Esplanada dos Ministérios no próprio dia 8 de janeiro de 2023, quando os ataques ocorreram. Ele foi ouvido como testemunha de defesa de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça, acusado de participação em uma tentativa de golpe junto ao ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados.
Segundo Cunha, a Abin começou a emitir alertas sobre os protestos em 2 de janeiro, mas só identificou a intenção real de marchar à Esplanada após uma assembleia no acampamento bolsonarista diante do Quartel-General do Exército, na manhã do dia 8. Ele contextualizou que, às 8h50, fontes informaram à Abin sobre a decisão, e o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) foi notificado.
O ex-diretor relatou que o contato com a Secretaria de Segurança Pública do DF só ocorreu na noite anterior aos atos, por iniciativa própria, ao procurar a então subsecretária Marília Ferreira de Alencar, única mulher denunciada pela PGR. A partir daí, a Abin integrou um grupo com representantes de até 20 instituições para troca de informações.
Ainda segundo ele, a Abin alertava desde 6 de janeiro sobre possíveis invasões e vandalismo. Disse que os relatórios eram enviados ao GSI e à Polícia Federal desde o governo anterior e que, desde a transição, a agência monitorava acampamentos com discursos radicais. Cunha afirmou não saber se o GSI repassou os alertas à Secretaria de Segurança.
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