É um desrespeito à Constituição, diz Janio de Freitas sobre ataques de Lira ao governo

O clima entre a Câmara dos Deputados e o Palácio do Planalto, juntamente com o Supremo Tribunal Federal, não anda dos melhores. O presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL) na última semana chamou publicamente o ministro da Secretaria das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, de “desafeto pessoal” e comunicou que irá abrir até cinco Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) da oposição.

O assunto foi tema de uma matéria no Jornal Metropole nesta semana e analisado pelo jornalista Janio de Freitas durante a edição do programa Três Pontos desta quinta (18) na Rádio Metropole.

Para Janio, a postura de Lira representa abuso de poder e caminha em direção contrária aos interesses do país e da sociedade brasileira. O jornalista destacou ainda que o comportamento do presidente da Câmara é um ataque explícito à Constituição promulgada em 1988.

“Essa coisa de achar que a Câmara deve impor-se ao Executivo é um ataque direto, explícito ao que a Constituição determina que é a independência e harmonia dos Poderes. Ainda que essa harmonia seja eventualmente difícil, pelo menos a neutralidade de comportamento é indispensável para que haja respeito à Constituição e o que Lira tem feito é exatamente o oposto”, disse.

Janio classificou ainda o comportamento difícil de Lira como uma espécie de ‘birra’ pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ter demitido Padilha do cargo, como seria do desejo de Lira. O presidente da Câmara tem atualmente indicados seus no comando do Ministério do Esporte e da Caixa Econômica Federal. 

“[Ele] queria ver a derrubada do ministro Padilha que faz a conexão Governo-Câmara e Governo-Senado. Como não aconteceu, como Lula não a encaminhou, então Lira havia decidido fazer a programação da vingança e dificultar a vida do governo em relação às suas propostas, aos projetos mandados ou a mandar para o Congresso, dificultá-la gratuitamente, para nada, só mesmo para dificultar, como uma represália à manutenção de Padilha como ministro da atividade relacional", afirmou.

"Isso é um abuso, não é o primeiro do Lira, e precisa ter algum tipo de resposta em nome do mínimo. Se não for em nome do governo, que seja em nome da população brasileira, que já está sobrecarregada de desinteresse político pelo o que se impõe de sofrimentos, absurdos, exigências sem sentido para todo o povo”, finalizou.

Confira o programa na íntegra: