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Aos Fatos: Breno Altman aponta manipulação em história da 2ª Guerra e Bebês reborns viram alvo de polêmica nas redes sociais

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Altman aponta manipulação em história da 2ª Guerra: "Ao arrepio dos fatos para minimizar papel soviético"
Jornalista concedeu entrevista à Rádio Metropole nesta terça-feira (20)
Foto: Divulgação
No último dia 8 de maio foram celebrados os 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. A rendição da Alemanha foi assinada às 23h40 na periferia de Berlim, por isso, em alguns países, a data que marca essa celebração é o 9 de maio. Em entrevista à Rádio Metropole nesta terça-feira (20), o jornalista Breno Altman comentou a importância da data e a tentativa do Ocidente de, por meio de uma manipulação de narrativa, minimizar o papel da União Soviética na vitória sobre o nazifascismo.
Altman relembrou que a virada da guerra aconteceu, na verdade, antes do Dia D, com a derrota do exército nazista em Stalingrado, em 1943. Esse episódio, pontuou o jornalista, foi usado posteriormente para a construção de narrativas."Tentam construir uma imagem que exalte o Ocidente, especialmente do Dia D nos filmes, e que faça decrescer o peso que a União Soviética teve no conflito. Agora, é uma operação ao arrepio dos fatos", afirmou Altman. "A coluna vertebral do exército de Hitler foi quebrada no final de janeiro de 1943, quando perde a batalha de Stalingrado. As principais tropas foram mortas, feridas ou aprisionadas. E a partir disso, a expansão da Alemanha se reverte", completou.
Segundo Altman, enquanto o Dia D, em 1944, teve grande simbolismo, as forças soviéticas já estavam libertando Berlim e avançando para libertar outros territórios. Altman também comentou a disparidade nas perdas humanas durante o conflito. "O Dia D acelera a vitória, mas estrategicamente já estava determinada. Se comparar os números, a desproporção é evidente: os EUA perderam mais de 25 milhões, Reino Unido e EUA juntos não chegaram a 1 milhão".
A estratégia de minimizar a participação soviética na vitória da Segunda Guerra vem desde a Guerra Fria. Isso porque ficaria muito complicado firmar o discurso de uma luta entre capitalismo e socialismo como uma luta entre a democracia e o totalitarismo. "Como explicar que o totalitarismo era a força que tinha sido decisiva na vitória sobre o nazifascismo? Era necessário dizer que o papel da União Soviética foi menor e fabricar algum tipo de identidade entre o socialismo e o nazismo pra enfraquecer o prestigio soviético após a Segunda Guerra", explicou.
Manipulação política
Na comemoração dos 80 anos do fim da Segunda Guerra, uma outra tentativa de manipulação de narrativas foi apontada pelo jornalista. De acordo com ele, enquanto a Rússia atraiu para Moscou uma série de países (Brasil, Cuba, Venezuela e China) para participar desse evento, como forma de mostrar que não está isolado no contexto da guerra com a Ucrânia, os governos ocidentais apostaram em neutralizar as celebrações do de maio na Rússia, justamente para mostrar um isolamento do país.
Confira a entrevista na íntegra:
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