Jamil Chade critica discurso de ódio feito por políticos: "não dá para saber como vai se manifestar na pessoas"

O jornalista Jamil Chade contou a origem do título do seu novo livro em entrevista concedida ao Jornal da Metrópole no Ar, nesta segunda-feira (11). A escolha do nome, "Tomara que você seja deportado", é marcada por um episódio vivido por seu filho, logo após a eleição de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos. Para o jornalista, o episódio evidenciou como o discurso de intolerância, quando legitimado por figuras de poder, ganha espaço no cotidiano das pessoas.

Chade relembrou o momento em que o filho, então com 10 anos, perguntou preocupado: “Papai, o que vai acontecer com a gente quando o Trump assumir?”, temendo possíveis consequências para a família imigrante. Na época, Jamil afirmou que não havia motivo para preocupação, já que tanto ele quanto a esposa tinham visto e empregos regulares nos EUA.

Durante um jogo na escola, um colega de classe disse a ele: “Tomara que você seja deportado”. A frase, carregada de ódio e preconceito, teve um impacto na criança, e também na família. Para o jornalista, o episódio evidenciou como o discurso de intolerância, quando legitimado por figuras de poder, ganha espaço no cotidiano das pessoas. “Quando o ódio é liberado lá de cima, não há como prever até onde ele vai chegar, de que forma ele vai se manifestar [na sociedade]”, afirmou.

O jornalista Jamil Chade será o primeiro entrevistado do programa MK Entrevista, que retorna após quase 10 anos fora do ar. A reestreia acontece nesta segunda-feira (11), às 18h, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), localizado no bairro do Stiep, em Salvador. O programa volta com o mesmo formato que marcou sua trajetória: público e entrevistados cara a cara, em um teatro. 

Confira a entrevista na íntegra: