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Ascensão da extrema direita no Brasil não foi acaso, diz Leandro Demori
Jornalista concedeu entrevista à Rádio Metropole nesta segunda-feira (11)
Foto: Metropress
O jornalista Leandro Demori analisou os bastidores da ascensão de movimentos de extrema direita no Brasil em entrevista concedida ao Jornal da Bahia no Ar, nesta segunda-feira (11). Ele destacou como o cenário das manifestações de 2013 contribuiu para a formação de um ecossistema digital voltado à disseminação de ideais conservadores e autoritários.
O jornalista reforçou que os movimentos que tomaram as ruas e o debate público a partir de 2013 não surgiram de forma desorganizada ou espontânea. “A gente não está lidando com o acaso. Estamos lidando com estratégia, dinheiro, posicionamento e gente que sabe muito bem o que está fazendo", afirmou.
Para Demori, o processo não foi espontâneo nem resultado de um vácuo de liderança nas ruas. "A criação de movimentos como o MBL e outros já vinha sendo planejada. Eles estavam sendo preparados desde lá atrás, por exemplo, em batalhas no YouTube, para identificar quais jovens eram melhores comunicadores, mais aptos ao escracho e ao debate. Então, quando tudo isso acontece, esse esquema já está montado e é colocado de pé. E esse esquema, de fato, passa a dominar o debate público com estratégia. Foi isso o que aconteceu no Brasil em 2013", afirmou.
Demori também alertou para a mudança de perfil do jovem no mundo. "Hoje, muitos jovens, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil e em outras partes do mundo, se identificam com a direita. É a primeira vez, desde a redemocratização, que isso acontece — o jovem, no Brasil, sempre foi de esquerda. Imagine: isso já não é mais assim. Por isso, precisamos entender que não estamos lidando com algo aleatório", concluiu.
O jornalista Leandro Demori é um dos convidados do MK Entrevista, que retorna após quase 10 anos fora do ar. A reestreia acontece nesta segunda-feira (11), às 18h, no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), localizado no bairro do Stiep, em Salvador. O programa volta com o mesmo formato que marcou sua trajetória: público e entrevistados cara a cara, em um teatro.
Confira a entrevista completa:
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