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Janio de Freitas vê futuro imediato do Congresso atrelado à mobilização das ruas: "Não por ética, mas por medo eleitoral”

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Janio de Freitas vê futuro imediato do Congresso atrelado à mobilização das ruas: "Não por ética, mas por medo eleitoral”

Para o jornalista, decisão unânime do Senado na CCJ reflete cálculo eleitoral, não convicção ética ou política

Janio de Freitas vê futuro imediato do Congresso atrelado à mobilização das ruas: "Não por ética, mas por medo eleitoral”

Foto: Reprodução Youtube

Por: Metro1 no dia 27 de setembro de 2025 às 08:00

O sepultamento da PEC da Bandidagem ou PEC da Blindagem, como ficou conhecido o projeto que impedia a abertura de ações contra parlamentares sem autorização prévia deles mesmos, provou a força da mobilização popular e levou abalos para o Congresso Nacional. Quem apontou isso foi o jornalista Janio de Freitas durante o programa Três Pontos da última quinta-feira (25). O futuro imediato no Congresso depende agora, segundo o jornalista, do que acontecerá com essa participação popular.

“A curto prazo, os pronunciamentos, pelo menos da Câmara dos Deputados, vão depender, já estão dependendo, do que venham a ser os desdobramentos da manifestação de domingo. Se houver alguma continuidade, ainda que sem a grandeza constatada no domingo passado, teremos melhores ou menos piores decisões na Câmara e no Senado, por medo de perdas eleitorais. Não é por melhores critérios, critérios mais éticos, mais responsáveis, mas é o que de melhor se pode ter. Estamos na dependência do que venha a ser o desdobramento da reentrada da opinião pública na vida política do país”, analisou.

Para Janio, o posicionamento dos senadores - que votaram por unanimidade pelo sepultamento da PEC na CCJ (Comissão de Constituição de Justiça) da Casa dias depois da Câmara aprovar o texto com folga - não foi por convicção ou valores pessoais. 

Por covardia, por interesse eleitoral, por pusilanimidade, por inconsciência, por total desinteresse pelo peso de interesse nacional em cada questão, os deputados e senadores diante de manifestação pública nas questões nacionais, eles param e pensam duas vezes. Esse recuo, por exemplo, que deu agora para o Senado, não se deve absolutamente a um critério respeitável dos senadores em relação à posição adotada na Câmara”, apontou. 

“Eles [senadores e deputados] não são tão diferentes assim. As composições de Senado e Câmara são diferentes. A do Senado é muito menos onerosa para as decisões do país do que a Câmara. Mas na essência, hoje em dia, não há diferença fundamental”, completou, acrescentando que parlamentares do PT votaram a favor da PEC na Câmara, mesmo sendo um projeto defendido pela oposição. Já senadores do PL votaram contra após a mobilização popular. 

Confira a entrevista na íntegra: