Janio de Freitas alerta sobre riscos do plano de Trump em Gaza: “não há definição sobre nada”

O apoio declarado do Brasil ao plano de Trump para o Oriente Médio voltou a gerar polêmica, em meio ao massacre em Gaza e à indefinição sobre a criação do Estado palestino, temas já debatidos internacionalmente. Durante o programa Três Pontos desta quinta-feira (2), o jornalista Janio de Freitas criticou a posição do país, alertando para os riscos de um endosso sem clareza sobre execução, financiamento e consequências humanitárias, e ressaltou a urgência de reflexão e fiscalização internacional.

"Não há, pelo menos aqui no Brasil, ainda não há informação além do que disse o ministro Mauro Vieira, e o que ele disse foi esse endosso do Brasil ao plano do Trump. Mas isso é uma temeridade: primeiro, sem conhecer exatamente o que está na cabeça do Trump; segundo, porque o Netanyahu apoiou, e o que ele apoia não é aprovado por pessoas decentes; terceiro, o plano não diz nada sobre a oficialização de Israel ou a criação do Estado palestino. Tudo é vago, tudo é propaganda, nada define o futuro, ninguém sabe como será financiado, nem o que será feito das áreas não aproveitadas", afirmou.

Segundo ele, a situação exige atenção internacional. O plano de Trump, ainda sem detalhes concretos, contrasta com a recomendação da ONU para implementação da solução de dois Estados, israelense e palestino, que visa coexistência pacífica e proteção do direito à soberania palestina. Freitas alerta que decisões precipitadas podem agravar o conflito e comprometer direitos históricos.

"É preciso não apenas reconhecer formalmente o Estado palestino, mas pressionar por medidas concretas: cessar-fogo imediato, liberação de reféns, acesso humanitário irrestrito e garantias de segurança. O silêncio ou a inação de governos, incluindo o Brasil, frente a esse plano, é irresponsável e coloca em risco vidas e direitos que há décadas são negados à Palestina", concluiu o jornalista.

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