Gleisi critica saída parcial de União Brasil e PP do governo: “Fico com vergonha alheia”

União Brasil e PP pediram a seus filiados que compõem o governo Lula que deixem suas pastas na gestão petista. A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, analisou o movimento e, em entrevista ao Jornal da Bahia no Ar desta sexta-feira (10), disse sentir “vergonha alheia” pela escolha dos partidos que, segundo ela, estão retirando apenas ministros e “deixando outros indicados”. 

“Eles [União e PP] não estiveram com a gente em 2022. Nem partes deles estiveram. Mas eles estão participando do governo. E vão sair, não sei, estão tirando os ministros porque o resto está ficando, entendeu? Eles não estão fazendo um movimento de retirada. Eu acho que se eles querem realmente sair, tem que sair inteiro. Não pode sair os dois ministros e o resto ficar. Então todos os indicados dos outros deputados ficam lá? Acho que tem que ter coerência. Fico às vezes meio com vergonha alheia, sabe?”, disse a ministra. 

Gleisi também relacionou o movimento à eleição de 2026, relembrando que, no pleito de 2022, PP e União não estiveram com Lula. “E acho que não estarão agora. Pode ser que tenha os setores desses ministros que estejam”, pontuou a ministra, afirmando que as siglas devem seguir o caminho que desejam, mas “isso não significa que as portas estarão fechadas” no governo. 

“Porque o DNA deles é de direita, não é o nosso projeto, não é a nossa visão do mundo, não é a nossa visão de construção, de desenvolvimento do país. E a gente tem que respeitar. Foi importante eles estarem conosco nesse período? Foi porque nós precisávamos de governabilidade. Nós elegemos o presidente Lula, mas dos 513 deputados no Congresso a gente tinha só 130. Então como é que você faz para governar? Eu acho que agora as coisas estão começando a se definir”, 

Para Gleisi, a candidatura do PT em 2026 deve seguir com os apoios de 2022, com partidos como PV, PCdoB, PSB, PDT. 

“Lá atrás a gente teve PROS, teve Solidariedade e outros partidos menores. E tivemos parcelas, por exemplo, do MDB. O MDB do Nordeste e do Norte praticamente veio todo com o Lula desde o primeiro turno. Assim como tivemos parcela do PSD, que eu também acho que pode vir. Cassab diz que o Ratinho vai ser o candidato deles, mas o Otto já disse que o Ratinho dificilmente entra aqui na Bahia. Então ele vai estar com o Lula”, detalhou.

Confira a entrevista: