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Antônio Nery critica voto do Congresso contra vítimas de estupro: “se doesse neles, não votariam assim”
Psiquiatra Antônio Nery concedeu entrevista ao Jornal da Metropole no Ar desta segunda-feira (10)

Foto: Metropress/Samanta Leite
A Câmara dos Deputados aprovou urgência para um projeto que derruba uma norma do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre o acesso de vítimas de violência sexual ao aborto. A decisão, que dificulta o aborto legal, gerou forte reação de parte da sociedade. Para o médico psiquiatra Antônio Nery Filho, a decisão reflete o distanciamento moral e humano de parte dos parlamentares em relação à realidade das meninas e mulheres brasileiras. Ele também defendeu que os políticos que decidem pela sociedade devem ser cobrados e questionados diante do que estabelecem. A crítica foi feita durante o programa Jornal da Metropole no Ar, desta segunda-feira (10).
“Eu, quando ouço isso — uma pessoa votar contra a proteção à vida de uma menina ou de uma adolescente, ou de qualquer mulher que engravidou vítima de um estupro —, fico numa tristeza que não tem tamanho. Eu não sei o que dizer. Outro dia, um deputado próximo a nós votou uma dessas aberrações. Eu telefonei. Disse que votei nele e perguntei o porquê. Ele respondeu que tinha que acompanhar o partido. Eu disse: de vez em quando é preciso coragem para dizer não ao partido e assumir as consequências”, disse.
Nery lamentou que a decisão política sobre o tema ignore o sofrimento das vítimas e sirva a cálculos partidários. Para ele, o debate moral tem sido instrumentalizado por grupos que buscam ganhos eleitorais, e não a proteção das pessoas afetadas pela violência sexual.
“Aqui, provavelmente, qualquer um deles vai dizer: ‘Contei com o partido, foi ordem do partido’. E a dignidade vai para onde? E a responsabilidade, vai pra onde? Eu tenho absoluta convicção de que, se o calo doesse no pé de qualquer um deles, não deixariam a gravidez avançar”, concluiu.
Confira a entrevista completa:
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