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Um mês após abertura da Casas Conceito, Ministério da Cultura confirma irregularidades em rooftop da mostra
Mesmo com a mostra já aberta ao público desde 9 de setembro, o Ministério informou que as intervenções carentes de detalhamento técnico e outras posteriores desejadas pela requerente têm sido analisadas pelo corpo técnico do Iphan

Foto: Metropress/Danilo Puridade
Depois de mais de um mês do lançamento da mostra Casas Conceito, realizada nos casarões da Rua da Misericórdia, o Ministério da Cultura se manifestou sobre as irregularidades nas reformas dos imóveis que receberam um rooftop com piscina. Segundo a pasta, a empresa D.Com Decoração e Comunicação Ltda., de Andrea Velame, responsável pelas obras e pela exposição de decoração e arquitetura, recebeu no início de outubro um novo parecer do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) solicitando documentos adicionais e determinando a remoção de estruturas instaladas em área pública.
“O Iphan esclarece que, desde o primeiro parecer técnico emitido — protocolado formalmente pela requerente no dia 26 de junho —, o Instituto deixou claro que autorizava apenas intervenções simplificadas de manutenção e conservação, como pintura de fachadas, instalação de novos pisos e revestimentos, e adequações elétricas e hidráulicas necessárias ao funcionamento da mostra”, diz a nota enviada pelo órgão. O parecer também trazia orientação sobre materiais e cores para não descaracterizar os imóveis, além de proibir alterações na volumetria e no gabarito das edificações.
Como o Jornal Metropole revelou, mesmo com a autorização restrita apenas a intervenções simplificadas, a empresa de Velame instalou um rooftop com piscina em um dos prédios e o integrou ao terraço vizinho, onde funciona o restaurante Ori, como parte da exposição. Após o encerramento da mostra, os casarões devem ser transformados no hotel Vila Andrea.
Mesmo com a mostra já aberta ao público desde 9 de setembro, o Ministério informou que as intervenções carentes de detalhamento técnico e outras posteriores desejadas pela requerente têm sido analisadas pelo corpo técnico do Instituto, “que vem cobrando sempre a documentação necessária e os projetos complementares, além de realizar vistorias no local, como parte de sua responsabilidade institucional”.
Ainda conforme o Ministério, em uma vistoria realizada em agosto, técnicos do Iphan constataram que intervenções não autorizadas já estavam em execução. Um novo parecer foi então encaminhado à empresa, recebido formalmente em 1º de outubro, solicitando novos documentos e a retirada imediata das estruturas decorativas instaladas na Praça Tomé de Souza e nas ruas Chile e da Misericórdia. A reportagem do Metro1, porém, esteve no local na última sexta-feira (17) e verificou que, ao menos, parte das estruturas ainda permanece montada.
“Até o presente momento, o Instituto aguarda nova manifestação da requerente quanto a este último parecer, mantendo-se ativo e vigilante — como tem sido durante todo o processo — em busca da regularização das intervenções em questão e, caso necessário, não hesitará em tomar as medidas legais cabíveis”, informou o Ministério. A pasta acrescentou ainda que “não há vedação prévia à criação de um rooftop”, mas reforçou que “o que se exige é que qualquer projeto, independentemente da finalidade, seja submetido previamente ao Iphan e aprovado tecnicamente, de modo a garantir a preservação do patrimônio cultural e da paisagem tombada”.
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