Editorial
MK elogia editorial do Estadão e critica Trump: "Não é possível que o Brasil fique de cócoras"

"Ou vamos ter um fortalecimento da nossa democracia, ou vamos cair num regime ditatorial. Não tem mais meio termo", disse Kertész, em comentário na Rádio Metrópole
Foto: Tácio Moreira / Metropress
Após a reportagem da Rede Globo que associou o presidente Jair Bolsonaro ao caso da morte da vereadora Marielle Franco e a reação do chefe do Executivo nacional em uma transmissão ao vivo nas redes sociais, Mário Kertész afirmou, hoje (30), em comentário na Rádio Metrópole, que o Brasil se encontra em um momento "extremamente complicado". Para MK, trata-se de uma "esquina" onde há dois caminhos a seguir. "Ou vamos ter um fortalecimento da nossa democracia ou vamos cair num regime ditatorial", afirmou.
"Não tem mais meio termo. E para que a gente não caia num regime ditatorial, é preciso que as instituições, como o Parlamento, as instâncias judiciárias do país, não se acovardem. E o povo também não se acovarde, o que não quer dizer que o povo tenha que ir pra rua, ou fazer manifesto, ou quebra-quebra. Mas é preciso que a gente mantenha calma, a tranquilidade, e entenda que estamos vivendo um momento extremamente complicado da vida política", analisou.
MK avaliou que a reportagem da Rede Globo não teve a intenção de ligar o presidente ao assassinato de Marielle. Ao comentar a reação de Bolsonaro, no entanto, lembrou que o atual chefe do Executivo foi "eleito pelo povo brasileiro, sem ter enganado ninguém hora nenhuma" e elegeu a imprensa como inimiga.
"O presidente tem, ao longo desse quase um ano de governo, agredido a imprensa brasileira com adjetivos difíceis de serem engolidos. Fala em imprensa nojenta, vendida, imprensa a serviço do comunismo, comunismo que não existe no Brasil. Ao mesmo tempo, essa mesma imprensa tem lutado, porque a imprensa é um pilar fundamental da democracia. (...) Eu assisti o Jornal Nacional e confesso a vocês que não achei que houvesse qualquer tentativa de colocar o presidente Bolsonaro, ou o cidadão, ligado ao assassinato de Marielle e Anderson. A Rede Globo tem seus pecados, todo mundo sabe, foi a grande defensora da ditadura militar em 1964, o que a obrigou a pedir desculpas públicas anos depois. Não tô aqui pra defender a Globo. Agora, lembrem também que, no dia anterior, o presidente colocou na rede social dele o vídeo dele como um leão atacado por hienas. Dentre essas hienas estavam a Globo, a Ordem dos Advogados do Brasil e o Supremo Tribunal Federal", disse.
Para MK, polêmicas, como a gerada pelo vídeo publicado no perfil do presidente, geram "perda de energia e tempo". "Continuamos com milhões de desempregados, crescimento pífio, e o que a gente vê todo dia? Brigas, brigas que não levam a lugar nenhum", analisou.
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